Rússia fala em desastre nuclear “pior que Chernobyl”.

País acusa Ucrânia de lançar projéteis na maior

usina nuclear da Europa.

Usina Nuclear de Zaporizhzhia (ZNPP) em Enerhodar, sudeste da Ucrânia Foto: EFE/EPA/RUSSIAN EMERGENCIES MINISTRY

O governo russo acusou, nesta quinta-feira (11), a Ucrânia de lançar dez projéteis perto da maior usina nuclear da Europa, a Zaporozhye, e alertou para o perigo de um desastre nuclear “pior que Chernobyl”, que colocaria milhões de vidas em risco. Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, cinco dos explosivos caíram próximos a um local de soldagem e a uma instalação de armazenamento de material radioativo, levando a grama a pegar fogo. De acordo com país comandado por Vladimir Putin, o suposto bombardeio ucraniano é um “ato de terrorismo nuclear”.

A usina em questão fica localizada ao sudeste da Ucrânia, região que está sob o domínio dos invasores russos desde o início da guerra, em fevereiro. As instalações permanecem em funcionamento, sendo operadas por funcionários ucranianos controlados pelos russos.

– Nos últimos dias, as forças ucranianas têm bombardeado repetidamente o território da central nuclear de Zaporozhye, que é um ato de terrorismo nuclear. Tais ações do regime de Kiev podem levar a um desastre em uma escala que diminuiria o acidente na usina nuclear de Chernobyl – disse o porta-voz adjunto do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Ivan Nechaev, de acordo com informações da RT, mídia controlada pelo governo russo.

Segundo ele, em caso de tragédia nuclear, a radiação colocaria milhões de pessoas em risco, se espalhando não somente para regiões da Ucrânia, Rússia, Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, mas também para vários países europeus.

O governo russo também afirma que as forças ucranianas estão utilizando sistemas de lançamento de foguetes e forte artilharia na região de Dnepropetrovsk. Eles alegam que, na última semana, ataques ucranianos na usina levaram a um curto-circuito no local, provocando um incêndio que foi controlado.

– [Os militares ucranianos] estão tentando bombardear a cidade pacífica e a usina nuclear de Zaporozhye com MLRS [sistemas de foguetes de lançamento múltiplo], artilharia pesada e UAVs [veículos aéreos não tripulados] – assinalou Vladimir Rogov, membro do conselho-chefe da administração militar-civil da região de Zaporozhye.

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, acusou Kiev de manter toda a Europa como refém, afirmando, nesta segunda (8), que os funcionários do governo “aparentemente não hesitarão em queimá-la por causa de seus ídolos nazistas”.

As forças ucranianas, por outro lado, negam as acusações, e afirmam que a Rússia é a responsável por bombardear a instalação a fim de incriminá-los.

Nesta quarta-feira (10), os ministros das Relações Exteriores do G7 – os sete países mais industrializados do mundo – exigiram que a Rússia retire as tropas da usina nuclear de Zaporizhzhia e de outras na Ucrânia, devolvendo, assim, o controle de todas as instalações para Kiev.

– É a permanência do domínio russo sobre a central nuclear que coloca em risco à região – disseram, por meio de nota conjunta.

Por: Thamirys Andrade

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