MDB oficializa candidatura de Simone Tebet à Presidência.

Senadora tem como obstáculos desempenho

tímido nas pesquisas e resistências dentro do

próprio partido.

Simone Tebet Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Em convenção virtual, o MDB lançou oficialmente, nesta quarta-feira (27), a candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República. Na votação partidária, ela recebeu 262 votos favoráveis e 9 contrários, o equivalente a 97% do total. Cerca de 35% dos delegados não compareceram. Na abertura do evento, o presidente nacional da legenda, Baleia Rossi, classificou a escolha como “histórica”.

– Nós vamos mostrar que, efetivamente, lugar de mulher é onde ela quiser – disse.

Tebet, que enfrentou uma forte oposição entre parte dos emedebistas, como Renan Calheiros, por exemplo, que tentavam pleitear apoio ao ex-presidente Lula ainda no primeiro turno das eleições, entra de fato na disputa com o apoio da federação formada por PSDB e Cidadania. Ambos os partidos realizaram a convenção para confirmar o apoio à senadora nesta quarta.

– Nossos alicerces democráticos estão abalados. […] Principalmente por essa polarização ideológica, esse discurso de ódio de nós contra eles que está levando ao abismo. Só nós, só o centro democrático tem a legitimidade para dizer que tem a capacidade de pacificar o Brasil – disse Tebet em discurso no início do evento.

A agora candidata ao Palácio do Planalto elogiou a aliança entre os partidos durante um curto pronunciamento. Os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire, também estiveram presentes.

– Estamos prontos para fazer o maior número de deputados e deputadas, federais, estaduais, senadores, eleger nossos governadores e, sim, estamos preparados, porque é isso que o Brasil exige para termos não só uma candidata à Presidência da República, mas podermos estar junto do PSDB, do Cidadania, e de outros partidos que nos acompanham, para chegarmos ao segundo turno e ganhar a eleição – completou.

Nas pesquisas de intenções de voto, a candidata tem desempenho tímido. Na maioria delas, ela aparece na quarta colocação, com avaliações que vão de 2% a 4%, empatada tecnicamente com André Janones (Avante).

Agora, a legenda concentra esforços pela definição em torno de um candidato a vice na chapa. Ao que tudo indica, o vice-presidenciável virá do PSDB. Um dos nomes ventilados para a chapa é o do tucano Tasso Jereissati (CE), que nessa terça (26) voltou a colocar em dúvida sua candidatura.

PARTIDO RACHADO
Tebet terá o próprio partido dividido ao longo da campanha. Líderes emedebistas de pelo menos 11 estados declararam apoio ao ex-presidente Lula (PT) já no primeiro turno. Eles tentaram articular pelo adiamento da convenção para o dia 5 de agosto, data-limite para as reuniões.

Além disso, a ala lulista do partido protocolou uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) buscando impedir a realização da convenção. O argumento era de que a modalidade virtual prejudicaria o sigilo do voto. O pedido foi rejeitado pelo presidente da Corte, o ministro Edson Fachin.

TREJETÓRIA POLÍTICA
Simone Tebet, de 53 anos, é nascida em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, cidade de onde foi prefeita por dois mandatos, de 2005 a 2010. Antes, foi deputada estadual pelo Mato Grosso do Sul. Nas eleições de 2014, foi eleita senadora pelo Mato Grosso do Sul. No mandato, foi a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e votou a favor das principais medidas do governo Michel Temer, como o teto de gastos e a reforma trabalhista.

Por: Gabriel Mansur

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