Coronel relaciona decisão do STF à migração de bandidos para RJ.
Secretário da PM afirmou que limitar
operações nas favelas durante a pandemia
pode ter acentuado a criminalidade na região.
O coronel e secretário da Polícia Militar, Luiz Henrique Pires, afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de restringir as operações nas favelas em meio à pandemia da Covid-19 pode ter contribuído para que criminosos de outras regiões do país migrassem para as comunidades do Rio de Janeiro. A declaração ocorreu durante entrevista coletiva nesta terça-feira (24).
A Polícia Militar (PM) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão atuando em operação conjunta para capturar parte desses bandidos, que vieram do Pará, Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte e estão escondidos na Vila Cruzeiro. Também há chefes de outras favelas do Rio de Janeiro, como do Jacarezinho, Salgueiro, Mangueira, Providência. Até o momento, a ação, iniciada na terça, resultou em ao menos 21 mortos.
– A gente começa a perceber essa movimentação, essa tendência de ligação com o Rio de Janeiro a partir da decisão do STF. Isso vem se acentuando nos últimos meses e essa tendência, esses esconderijos nas nossas comunidades são fruto da decisão do STF. A gente está estudando isso, mas provavelmente é fruto dessa decisão que limitou as ações das forças policiais do estado na comunidade – declarou Pires.
A decisão do STF ocorreu em junho de 2020 e visava fortalecer o isolamento social na região. A medida permitia operações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”. Nesses casos, seria necessário justificativas por escrito e comunicação com o Ministério Público.
De acordo com a polícia, a ação, que reúne 80 agentes, teve início de forma emergencial, após as autoridades serem informadas de que o Comando Vermelho deslocaria 50 criminosos para reforçar o tráfico na Rocinha.
– A intenção era que essa operação fosse feita fora da comunidade. O grupo estaria indo para outra região, da Rocinha. De forma emergencial, tivemos que iniciar a operação com autorização do Ministério Público. O objetivo era fazer a prisão desses homens em flagrante – acrescentou o coronel.
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