Arthur do Val renuncia ao mandato de deputado estadual.
Parlamentar comunicou sobre a decisão em nota
divulgada nesta quarta-feira.
O deputado estadual Arthur do Val (União Brasil), decidiu renunciar ao mandato parlamentar que ocupa na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A informação foi comunicada pelo próprio Arthur por meio de uma nota emitida nesta quarta-feira (20). A decisão, porém, não interrompe o processo de cassação do qual ele é alvo.
No comunicado sobre a renúncia, o parlamentar diz estar “sendo vítima de um processo injusto e arbitrário dentro da Alesp” e que “o amplo direito à defesa foi ignorado pelos deputados, que promovem uma perseguição política”.
Nas últimas semanas, o deputado e seus aliados do Movimento Brasil Livre (MBL) têm criticado o andamento do processo de cassação. O grupo de apoiadores de Arthur tem afirmado reiteradamente que o deputado não deveria ser cassado e que ele está sendo perseguido por suas posições políticas e por ter conseguido a aprovação de medidas impopulares na Alesp.
Confira a nota do político sobre a decisão:
Sem o mandato, os deputados agora serão obrigados a discutir apenas os meus direitos políticos e vai ficar claro que eles querem na verdade é me tirar das próximas eleições.
Estou sendo vítima de um processo injusto e arbitrário dentro da Alesp. O amplo direito à defesa foi ignorado pelos deputados, que promovem uma perseguição política.
Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia. Mas não pensem que desisti, continuarei lutando pelos meus direitos.
ÁUDIO VAZADO
No áudio vazado nas redes sociais, que motivou o início do processo contra Arthur, o deputado estadual fez uma série de comentários machistas e preconceituosos sobre as refugiadas ucranianas. Nas gravações, o parlamentar afirmou que as ucranianas “são fáceis, porque são pobres”. As gravações foram feitas em uma viagem do deputado para a Ucrânia no fim de fevereiro deste ano.
– Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas “minas”, em dois grupos de “mina”, e é inacreditável a facilidade – diz o deputado, em tom de vitória.
Arthur, que até então era pré-candidato ao governo de São Paulo e aliado do ex-juiz Sergio Moro, também chegou a dizer que “a fila da melhor balada do Brasil não chega aos pés da fila de refugiados”. Após a repercussão do fato, Moro rejeitou receber o apoio do parlamentar.
– Só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteia a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Eu juro, nunca na minha vida vi nada parecido em termos de “mina” bonita. A fila das refugiadas… Imagina uma fila sei lá, de 200 metros, só deusa. Sem noção, inacreditável, fora de série – diz ele.