Júri condena os 4 réus no caso da morte de Anderson do Carmo.
Um dos filhos da ex-deputada Flordelis foi inocentado
das acusações de homicídio triplamente qualificado e
de tentativa de homicídio.
Após mais de 20 horas de duração, o segundo julgamento do caso que envolve a morte do pastor Anderson do Carmo se encerrou nesta quarta-feira (13) com a condenação dos quatro réus que estavam sob julgamento. Eram eles: Adriano dos Santos (filho biológico da ex-deputada Flordelis), Carlos Ubiraci (filho afetivo de Flordelis), Marcos Siqueira (ex-policial militar) e Andrea Santos (mulher de Marcos Siqueira).
Carlos Ubiraci foi absolvido das acusações de homicídio triplamente qualificado e de tentativa de homicídio, mas foi condenado a 2 anos e 2 meses de prisão por associação criminosa. Já Adriano foi condenado a 4 anos, 6 meses e 20 dias de prisão por associação criminosa e uso de documento falso.
O ex-PM Marcos Siqueira foi condenado a 5 anos e 20 dias de prisão por associação criminosa e uso de documento falso. Andreia, esposa de Marcos, foi condenada a 4 anos, 3 meses e 10 dias de prisão também por associação criminosa e uso de documento falso.
DECLARAÇÕES DOS RÉUS
Adriano dos Santos, filho biológico da deputada, afirmou que, depois da morte de Anderson, a família se dividiu entre o lado de Misael e de Flordelis. De início, ele disse ter ficado isento, mas depois apontou que se aproximou da mãe. Adriano também contou que buscou uma carta na casa de Andrea, mas não sabia o conteúdo. Falou que só teve conhecimento quando viu na TV.
A tal carta, segundo os promotores, foi forjada a mando de Flordelis para que Lucas dos Santos, filho adotivo da ex-parlamentar que foi condenado em novembro do ano passado, confessasse o crime. Lucas foi inicialmente condenado a 7 anos e seis meses de prisão, mas teve a pena aumentada em dezembro do ano passado para 9 anos.
Andrea, mulher do ex-PM Marcos, negou ter trocado mensagens com Flordelis sobre copiar a carta. Ela ainda revelou ter medo de ser morta “porque tinha muita cobrança por parte de Flordelis”. A esposa do ex-PM recebeu vários depósitos para fazer intermediações das cartas. Um deles foi de R$ 2 mil para compra de itens pessoais.
O ex-policial Marcos, por sua vez, disse que não tinha muito contato com Lucas e Flávio dos Santos, e que só os via em banho de sol na prisão. Flávio foi apontado como o autor dos disparos que mataram Anderson e foi condenado, também em novembro do ano passado, a 33 anos e dois meses de prisão.
TESTEMUNHAS
Entre as testemunhas ouvidas durante o julgamento estiveram a primeira delegada a investigar o caso, Barbara Lomba, que apontou como um dos principais motivos do descontentamento de Flordelis e dos outros filhos com o pastor Anderson o enorme poder adquirido por ele depois que a ex-parlamentar foi eleita deputada federal.
Outro delegado ouvido foi Allan Duarte, que indiciou Flordelis como mandante do crime. Ele afirmou que a ex-deputada foi a mentora da morte de Anderson e também negou que tenha ficado comprovado a tese de que Anderson do Carmo agredia a ex-deputada federal.
Luana Rangel Pimenta, ex-mulher de Misael, um dos filhos adotivos de Flordelis, sustentou que havia uma divisão na família entre os filhos prediletos de Flordelis e os outros, e que o pastor ficava com a maior parte do dinheiro, o que gerava insatisfação.
Além dos três, também foram ouvidas as filhas de Carlos Ubiraci, um dos réus no julgamento; Misael, que basicamente reiterou o que a ex-esposa disse durante a sessão; Aleksander Matos Mendes, outro filho adotivo de Flordelis; e a secretária da igreja de Carlos Ubiraci, Cláudia Inês Barbosa Pinto.
JULGAMENTO DE FLORDELIS
No dia 9 de maio, na segunda sessão do Tribunal do Júri, será a vez do julgamento da ex-deputada Flordelis; da filha biológica Simone dos Santos Rodrigues; da neta, Rayane dos Santos Oliveira; e da filha afetiva Marzy Teixeira da Silva.
Por: Paulo Moura
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