À Polícia Federal, Milton Ribeiro nega ter favorecido prefeituras.

Ex-ministro disse ainda que não recebeu

qualquer demanda de Bolsonaro a respeito de

assunto tratado com pastores.

Ministro da Educação, Milton Ribeiro Foto: Agência Brasil/Valter Campanato

Depois de pedir exoneração do comando do Ministério da Educação (MEC) na última segunda-feira (28), o ex-ministro Milton Ribeiro foi ouvido pela primeira vez pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (31), no inquérito que apura as suspeitas de interferência de dois pastores na pasta.

Em depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, ele confirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe pediu para receber os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que estão sendo acusados por prefeitos de cobrarem propina para intermediar a liberação de verbas do MEC, mas negou ter favorecido prefeituras indicadas pelos líderes religiosos na distribuição de recursos.

Questionado pelo delegado, o ex-ministro disse ainda que não recebeu qualquer demanda ou questionamento do presidente Jair Bolsonaro a respeito do assunto tratado no encontro ou de eventuais pedidos dos pastores. A informação foi publicada pelo jornal O Globo.

Milton Ribeiro também negou ter conhecimento de qualquer irregularidade na negociação de verbas do Ministério da Educação. Com o depoimento agendado para a tarde desta quinta, o ex-ministro não compareceu diante da Comissão de Educação do Senado para esclarecer a relação com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

O inquérito contra o ex-ministro foi aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que apontou indícios dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa.

A SAÍDA DO MINISTRO
Na última segunda-feira, Milton Ribeiro decidiu pedir para deixar o cargo. O presidente Jair Bolsonaro aceitou o pedido de demissão e a exoneração do ministro foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A exoneração pode ser vista aqui.

A medida ocorreu após gravações do ministro da Educação supostamente apontarem uma interferência de pastores no Ministério da Educação (MEC). O áudio foi divulgado pelo jornal Folha de São Paulo na noite de 21 de março. De acordo com o veículo, dois pastores teriam influenciado o repasse de verbas do MEC, Gilmar Santos e Arilton Moura.

A decisão de deixar o comando do MEC ocorreu após uma reunião entre Milton Ribeiro e Jair Bolsonaro. Durante o encontro, Ribeiro entregou uma carta de renúncia ao presidente. No documento, ele diz ter plena convicção de que jamais realizou um único ato de gestão “que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário”.

Também apontou que decidiu pedir a “exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal, que vem transformando este país por meio do compromisso firme da luta contra a corrupção”.

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