Mais animais são resgatados em áreas de deslizamentos em Petrópolis.


 
Wesley Fernandes – especial para o Diário

Toda vida importa. É com esse pensamento que equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro (CBMERJ) com o auxílio de voluntários e Organizações não Governamentais  (ONGs) de apoio à causa animal resgataram mais animais em meio aos escombros e casas atingidas pelo temporal do último domingo (20). Desde o dia 15 de fevereiro – data em que Petrópolis foi devastada pela maior tragédia climática da história do município, centenas de animais foram resgatados e levados para lares temporários cadastrados pela Prefeitura ou para clínicas veterinárias que estão atendendo voluntariamente. Além de pets como cachorro, gato, coelho, hamster, galinha, galo e codorna, há também outras espécies e bichinhos deficientes, que foram salvos e acolhidos nas últimas semanas.

É o caso do cãozinho que atende pelo nome de Delúbio. Ele foi resgatado após passar quase 24 horas soterrado em meio aos escombros de uma casa de desabou na Rua Washington Luiz, no Centro. O socorro ocorreu na tarde de segunda-feira (24) e emocionou a todos que acompanhavam as buscas por vítimas no local. Delúbio pertencia ao professor universitário Nelson Ricardo Ferreira da Costa, de 59 anos, que morreu soterrado. A mãe de Nelson, Heloísa Helena Caldeira da Costa, de 86 anos, e Mário Carvalho, de 35 anos, também perderam a vida após o desabamento do imóvel.

Em entrevista ao portal G1, Isabel Carvalho – irmã de Mário, disse que o cão teve hipotermia, mas já está comendo. Ele está bem e vai ficar alguns dias internado em observação. Além deste caso, outros também chamaram a atenção nas últimas semanas, mostrando que em meio aos escombros poder haver sinal de vida.

A Vitória – nome dado a gatinha que foi resgatada após passar nove dias soterrada em meio aos escombros no Morro da Oficina, no Alto da Serra – é um desses exemplos. Ela foi encontrada pelos bombeiros no dia 23 de fevereiro e o vídeo do resgate foi compartilhado nas redes sociais pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e acabou viralizando, além, é claro, de comover os internautas. A felina está sob os cuidados da veterinária Clinipet – transformada em uma espécie de “hospital de campanha” para atender aos animais vítimas da chuva em Petrópolis. Segundo informações compartilhadas pela unidade nas redes sociais, Vitória está bem e apresenta evolução constante em seu quadro clínico.

Essa mesma clínica agora tem um novo mascote: o River, um cãozinho que foi resgatado de dentro do rio na Rua Dr. Sá Earp, no Centro, no dia 20 de fevereiro. O cachorro, que foi levado pela correnteza, está entre os mais de 300 animais que foram resgatados em áreas afetadas pelos deslizamentos em Petrópolis. Após receber o animal muito debilitado e realizar todos os cuidados necessários para que ele ficasse saudável e seguro, a Clinipet divulgou que estava o adotando. “De dentro do rio, pra dentro dos nossos corações”, disse a veterinária.

As histórias de superação no mundo animal vão além dos casos de cães e gatos. Um bode que atende pelo nome de “Sete” também sobreviveu após o imóvel de sua tutora ser afetado no Alto da Serra. Desde então, ele foi acolhido em um lar temporário, onde recebeu os cuidados necessários. No entanto, no dia 13 de março, o bode e sua tutora finalmente estavam de casa nova. Eles se mudaram para uma nova residência com o auxílio do aluguel social. A equipe da Coordenadoria de Bem-Estar Animal (Cobea) ajudou a fazer o transporte do animal para a nova moradia.

Os interessados em acolher um dos animais resgatados para posterior encaminhamento para adoção responsável podem entrar em contato com o número (24) 99204-0647. Para acolhimento será necessário informar nome completo, telefone de contato atualizado, CPF do tutor temporário e comprovante de residência. O local para abrigo desses animais precisa ser seguro. Além disso, o atendimento aos animais que precisam de cuidados também é feito através de voluntariado. Médicos-veterinários que queiram se voluntariar devem informar os mesmos dados acima citados e o registro no CRMV.

DIÁRIO DE PETRÓPOLIS

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