Rússia diz que atacará Kiev e pede que moradores saiam
Governo russo afirma querer evitar “ataques de
informação” contra a Rússia.
A Rússia vai atacar locais que pertencem aos serviços de segurança e à unidade de operações especiais da Ucrânia em Kiev, afirmou o Ministério de Defesa russo, segundo as agências de notícias russas Tass e RIA.
O ministério russo afirma que a medida será tomada para evitar “ataques de informação” contra a Rússia. Segundo as agências, os russos pedem para que as pessoas perto dos locais em Kiev deixem as áreas.
– Para suprimir os ataques de informação contra a Rússia , as instalações tecnológicas do SBU e o 72º centro PSO principal em Kiev serão atingidos com armas de alta precisão; Pedimos aos os moradores de Kiev que vivem perto dos locais que deixem suas casas – disse o representante oficial do Departamento Militar, major-general Igor Konashenkov.
Ele observou que, com o início da operação militar especial, o número de ataques de informações a várias instituições governamentais russas aumentou – como mensagens para atacar cidadãos russos em escolas, jardins de infância, ferrovias e estações.
O Ministério da Defesa da Rússia enfatizou que eles não atingem alvos civis no território da Ucrânia – apenas infraestrutura militar, e que a população civil não estaria em perigo.
Os números podem contradizer a Rússia. O Ministério do Interior da Ucrânia informou que até segunda-feira 352 civis ucranianos já foram mortos durante a invasão da Rússia ao país, incluindo 14 crianças, segundo a Associated Press (AP).
Segundo o ministério, cerca de 1.684 pessoas, incluindo 116 crianças, ficaram feridas durante a invasão iniciada na quinta (24).
Segundo a agência de noticias Ria, nas últimas semanas, a situação na região do Donbass, onde ficam as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk piorou, com o governo ucraniano concentrando a maior parte de seu exército na linha de contato e bombardeando a região com equipamentos proibidos pelos acordos de Minsk.
As sanções ocidentais não farão a Rússia mudar de ideia sobre a Ucrânia, disse nesta terça-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
– Os EUA são fãs de sanções, e a adesão a essa prática se espalhou pela Europa. Eles provavelmente acreditam que podem nos persuadir a mudar nossa posição por meio de sanções. Evidentemente, isso é impossível – disse Peskov a repórteres.
Ele também disse que o apelo do ministro das Finanças francês Bruno Le Maire na segunda-feira para uma guerra econômica total contra a Rússia não mudou a situação.
– Esta não é a primeira declaração desse tipo. E sim, as ações agressivas contra nosso país são de natureza ultraconcentrada agora. Mas essas ações também ocorreram antes – acrescentou Peskov.
Ele disse que é muito cedo para avaliar a operação militar, que o Kremlin se recusa a chamar de “guerra”, e não deu números sobre baixas russas.
Acrescentou também que o Kremlin continua a reconhecer Volodymyr Zelensky como presidente da Ucrânia e não interferirá nas futuras eleições presidenciais.
– O Kremlin não tem nada a ver com eleições na Ucrânia. O Kremlin não pode participar das eleições ucranianas. É um país diferente – disse Peskov quando questionado sobre a situação política após o término da operação especial.
*AE com agências internacionais