Cidadãos procuraram agências após sanções anunciadas pelo Ocidente.

Russos fazem filas nos bancos após sanções econômicas do Ocidente Foto: EFE/EPA/Maxim Shipenkov

Em meio a sanções econômicas aplicadas pelo Ocidente contra a Rússia como retaliação à invasão da Ucrânia, e à forte desvalorização do rublo, a população russa tem feito fila nos últimos dias em caixas eletrônicos e agências bancárias na busca pela moeda do país e também por dólares.

A moeda russa, que já vinha apresentando queda na semana passada, recuou para uma mínima recorde nesta segunda-feira (28) em relação ao dólar, com uma desvalorização acentuada de 30% em relação ao fechamento de sexta-feira (25). Às 4h30 (pelo horário de Brasília), o rublo chegou a ser negociado a 109 por dólar.

No domingo (27), em meio às questões envolvendo sanções do Ocidente, o banco central da Rússia defendeu a estabilidade do sistema bancário russo e prometeu fornecer liquidez em rublo continuamente aos bancos, sem limite para o valor em empréstimos que as instituições queiram realizar.

– O sistema bancário russo é estável, possui reservas de capital e liquidez suficientes para funcionar sem interrupções em qualquer situação. Todos os fundos de clientes estão seguros e disponíveis a qualquer momento – disse o banco central da Rússia em comunicado.

De acordo com o jornal inglês Financial Times, diversas pessoas se sentaram nos bancos em frente a caixas eletrônicos vazios, no último sábado (26), esperando a chegada de novos lotes de dinheiro. Muitos outros formaram filas nas primeiras horas de domingo, depois que os Estados Unidos e seus aliados europeus anunciaram sanções.

– Retirei dinheiro no início de tudo isso e vou procurar um caixa eletrônico novamente agora, porque quero ter o equivalente a um mês de dinheiro vivo em caso de falhas técnicas com os cartões. Já tive problemas para pagar um táxi com o Google Pay ontem – disse uma moradora de Moscou ao jornal inglês.

Apesar do banco central russo assegurar a estabilidade do sistema bancário do país, um executivo de um banco ocidental em Moscou disse ao Financial Times, sob anonimato, ainda não saber por quanto tempo o auxílio do banco central para as instituições russas será possível.

– O banco central tentará apoiar [o rublo], a questão é [por] quanto tempo. Os não residentes estão vendendo ativos russos, se livrando do rublo e isso é muito ruim para nós – completou o executivo.

Por Paulo Moura

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