Mais fábricas de aparelhos eletrônicos param parte da produção por falta de chips

No mês passado, 15% dos fabricantes de produtos como celular, notebook e televisão tiveram que interromper parte da produção por falta de componentes eletrônicos

Mais fábricas de aparelhos eletrônicos param parte da produção por falta de chips

Aescassez de chips no mundo vem forçando paralisações parciais de produção em mais fábricas de aparelhos eletrônicos no Brasil. No mês passado, 15% dos fabricantes de produtos como celular, notebook e televisão tiveram que interromper parte da produção por falta de componentes eletrônicos.

Revelado em sondagem feita no mês passado pela Abinee, a associação que representa o setor, o dado corresponde ao maior porcentual de paradas forçadas desde que a entidade começou a questionar mensalmente seus associados sobre os impactos da crise de abastecimento.

Considerando que outras 36% das empresas registram atrasos de produção ou de entregas por falta de componentes eletrônicos, metade das fábricas teve o funcionamento alterado em dezembro em função do abastecimento irregular do insumo.

Em cada dez fábricas de aparelhos eletroeletrônicos que utilizam semicondutores na produção, sete (73%) têm dificuldade para encontrá-los no mercado. A expectativa de metade delas é de que o fornecimento volte ao normal até o fim do ano.

A exemplo das montadoras, a escassez de semicondutores se tornou o maior gargalo de produção nas linhas de aparelhos eletrônicos. Porém, ao contrário do que aconteceu com boa frequência durante o ano passado nas montadoras, nenhuma empresa do setor teve que parar, até agora, completamente a produção.

Conforme a sondagem da Abinee, 26% das fábricas da indústria de produtos eletroeletrônicos estão com estoques de componentes e matérias-primas abaixo do normal. Citada por 76% das empresas, a pressão acima do normal dos custos dos materiais atinge o setor de forma mais disseminada.

O levantamento ratifica ainda as dificuldades de um terço das empresas (35%) na liberação de cargas importadas por conta da operação-padrão dos auditores da Receita. Mobilizados pelo retorno do bônus por desempenho que era pago à categoria, os fiscais retardam processos de desembaraço nos portos, agravando os atrasos de produção de uma indústria altamente dependente dos componentes importados.

Segundo a Abinee, a desorganização provocada pela pandemia nas cadeias de produção seguirá exigindo atenção neste ano, já que não se espera tão cedo uma solução à falta de componentes, em especial os semicondutores, assim como aos obstáculos de logística: frete caro e dificuldades para reservar tanto contêineres quanto espaço em cargueiros.

O otimismo sobre crescimento das vendas neste ano ainda é manifestado pela maioria dos fabricantes, porém com moderação em relação à pesquisa feita pela Abinee em novembro, quando 69% previam fazer mais negócios em 2022 do que em 2021. Agora, essa expectativa é apontada por 67%.

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