Homem é absolvido após 37 anos de prisão; provas contra ele eram falsas

Em 1984, uma testemunha revelou às autoridades que o homem lhe havia confessado o crime. Contudo, soube-se, em 2015, que a “testemunha chave” do processo foi ameaçada e subornada pela polícia de Filadélfia com sexo e drogas

Homem é absolvido após 37 anos de prisão; provas contra ele eram falsas

Willie Stokes, um homem de 61 anos, foi libertado no início do mês depois de cumprir 37 anos de prisão por um crime de homicídio, no qual a Procuradoria de Filadélfia, Estados Unidos da América, usou provas falsas para o condenar. Agora Willie entrou com um processo em tribunal onde acusa a cidade de “má conduta policial”.

Em 1984, uma testemunha revelou às autoridades que Stokes lhe havia confessado o crime. Contudo, soube-se, em 2015, que a “testemunha chave” do processo foi ameaçada e subornada pela polícia de Filadélfia com sexo e drogas para depor contra o homem. A testemunha foi acusada de perjúrio, mas as queixas contra Stokes nunca foram retiradas.

Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), a testemunha, Franklin Lee, já se encontrava detido na sede da polícia quando foi abordado para incriminar Stokes num caso de homicídio por resolver. Na audiência preliminar, Lee identificou Stokes como o autor do crime e revelou a suposta confissão que levaria a uma condenação de prisão perpétua.

Poucos dias depois, naquilo que disse ser “um ataque de consciência”, Lee voltou com a palavra atrás e foi acusado pela Procuradoria de Filadélfia de perjúrio. Apesar da acusação, o julgamento de Stokes não foi repetido.

Segundo a AP, Stokes só viria a saber da acusação em 2015, quando já tinha cumprido mais de 30 anos de prisão. “Não quis acreditar. Não acreditava que eles [a Procuradoria] deixariam algo assim acontecer – que eles sabiam e não me contaram”, afirmou.

Já a Fox News revela que Lee confessou a um juiz federal, em novembro, que “se sentiu fraco a aceitou a proposta”, quando forneceu os falsos depoimentos.

Os dois detetives envolvidos já morreram e, segundo a AP, dois dos procuradores ainda estão vivos e foram apontados como réus, mas um alega que “não se lembra” do caso. 

A condenação de Stokes foi anulada pelo tribunal federal em dezembro e na quinta-feira todas as acusações contra ele foram retiradas. 

“Após uma análise completa e independente, o tribunal federal determinou que o senhor Stokes foi vítima de uma violação dos seus direitos constitucionais e estamos convencidos de que a decisão do tribunal federal estava correta”, considerou o Ministério Público.

noticiasaominuto.com.br

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