Ciro e Cid recebiam ‘pagamentos sistemáticos de propina’, diz PF
Muitas vezes, as propinas eram disfarçadas de
doações eleitorais.
O juiz responsável pela decisão que autorizou a Polícia Federal (PF) a cumprir mandados de busca contra o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes e contra o senador Cid Gomes disse que os irmãos recebiam “pagamentos sistemáticos de propinas”.
No documento da decisão, de 92 páginas, o juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida descreve como, segundo a PF, funcionava o esquema de corrupção envolvendo os políticos e a empresa Galvão Engenharia.
O crime teria sido cometido durante o mandato de Ciro no governo do Ceará e teria ainda o envolvimento de um outro irmão dele: Lúcio Ferreira Gomes.
De acordo com a investigação, muitas vezes as propinas eram disfarçadas de doações eleitorais.
LEIA O TRECHO DA DECISÃO
Os empresários (da Galvão Engenharia) realizaram/promoveram pagamentos sistemáticos de propinas, muitas vezes disfarçadas de doações eleitorais, ao então governador do estado do Ceará, CID FERREIRA GOMES, e a seus irmãos CIRO FERREIRA GOMES e LÚCIO FERREIRA GOMES, para viabilizar/agilizar pagamentos de obras e serviços de engenharia contratados pelo governo do estado do Ceará com a empresa, bem como, previamente, para garantir a vitória da Construtora nos correlatos procedimentos licitatórios, mediante o pagamento de propinas aos advogados que ocuparam sucessivamente o cargo de Procurador-Geral do Estado do Ceará — PGE à época dos fatos, FERNANDO ANTONIO OLIVEIRA e JOSÉ LEITE JUCÁ FILHO, tendo ambos funcionado no certame licitatório da Arena Castelão, figurando seguidamente como presidentes da Comissão Central de Concorrências do Estado do Ceará, onde tramitou o certame”, afirma Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, na decisão de 92 páginas.
Pierre Borges
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