Diretor do Minas diz que demitiu Maurício para ‘protegê-lo’
Elói Lacerda afirmou não considerar o atleta
“homofóbico” e ter sido “obrigado” a
dispensá-lo por “comunidades radicais”.
Thamirys Andrade
O diretor de vôlei masculino do Minas Tênis Clube, Elói Lacerda de Oliveira Neto, afirmou, em áudio vazado, que só demitiu o jogador Maurício Souza para proteger o clube e o próprio atleta de perseguições da imprensa e da comunidade LGBTQIA+. No áudio, Elói afirma não considerar o atleta “homofóbico” e ter sido “obrigado” a rescindir o contrato.
– Fui eu que dispensei o Maurício, tá? Tá todo mundo vindo bater, mas as pessoas deixaram o Minas desamparado. Durante uma semana apanhando da imprensa, da comunidade LGBT, fomos obrigados a dispensar o Maurício; se não, ele seria destruído. Pagamos o contrato integral até maio, não ficou desamparado. Fizemos porque não tivemos apoio – declarou Elói.
O diretor de vôlei disse ainda que “comunidades radicais” deixaram o clube “literalmente rendido” ao ir até os patrocinadores.
– Temos que ser proativos. Essas comunidades radicais… são ativas… foram à presidência da Melitta, na Alemanha; à Fiat, na Itália. E nós ficamos literalmente rendidos. Havia milhares de manifestações contra Minas, contra Maurício. Ele não foi mandado [embora] porque ele é homofóbico; ele não é homofóbico. A declaração dele é pessoal… Ele foi mandado embora para a proteção dele e para a proteção do Minas – reiterou.
O contrato com o atleta foi rescindido na última quarta-feira (27), após o jogador comentar a orientação sexual do novo Superman, Joe Kent, que é bissexual. O post, feito nas redes sociais do jogador, foi considerado “homofóbico”.
– É só um desenho; não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar – declarou Maurício na ocasião.
Procurada, a assessoria do Minas afirmou que não se pronunciará sobre o áudio de Elói Lacerda.
Por: Thamirys Andrade
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