Manifestantes jogam tinta vermelha em fachada da Prevent Senior
A Prevent Senior é acusada de adulterar o registro de casos de coronavírus atendidos na rede
No ato, que foi organizado pelo Levante Popular da Juventude, a fachada da operadora de saúde foi pintada de vermelho. Além disso, na calçada foi escrito “assassinos” em tinta branca.
Uma das manifestantes usava uma máscara com o rosto do presidente Jair Bolsonaro e uma faixa verde e amarela com a palavra “assassino”. Nas mãos, um cartaz que imita a embalagem de remédio escrito “kit covid”, “assassinato premeditado”, “contém 30 mortes em comprimido” e “venda sob prescrição do governo genocida”.
O ato, que durou 15 minutos, foi embalado por gritos como “Prevent assassina” e “a Prevent mata e chama óbito de alta”.
Júlia Aguiar, coordenadora nacional do Levante Popular da Juventude, disse que o ato foi uma denúncia. “Não queremos que uma empresa como essa seja referência de um governo no combate à pandemia. A gente quer a valorização do SUS e cuidado para que o povo brasileiro possa ter segurança”, diz.
Logo após o ato, quando os manifestantes já tinham ido embora, quatro viaturas da Polícia Militar foram ao local a fim de investigar o ocorrido. À Folha, um dos policiais informou que a PM recebeu ligação sobre o ato e disse que seria realizada uma averiguação do local.
Funcionários da empresa também se reuniram na calçada para falar com os policiais.
CPI DA COVID A operadora de plano de saúde está no centro da CPI que investiga o combate à pandemia de Covid-19 no país. A empresa é acusada de ter administrado sem consentimento medicamentos sem comprovação científica contra o coronavírus em pacientes que buscaram atendimento em suas unidades.
A Prevent Senior também é acusada de adulterar o registro de casos de coronavírus atendidos na rede.
Pacientes ilustres, como o infectologista Anthony Wong e a mãe do empresário Luciano Hang, Regina Modesti Hang, morreram por complicações da Covid-19, mas o diagnóstico não consta nos respectivos prontuários médicos e atestados de óbito.
O jornalista Diogo Mainardi acusou a operadora de ter omitido a causa da morte de seu pai. O publicitário Enio Mainardi morreu em agosto de 2020 após diagnóstico de Covid e tratamento em uma das unidades da empresa.