China ordena que plataformas de mobilidade abandonem ‘práticas anticompetitivas’
As 11 empresas alvos do alerta desta quarta foram ordenadas a inspecionar suas práticas de negócio, criar um plano de governança e corrigir problemas até o final do ano, para “promover o desenvolvimento saudável e sustentável” do setor de mobilidade
Órgãos reguladores chineses ordenaram que plataformas que controlam aplicativos de transporte corrijam “táticas de mercado injustas”, em uma nova etapa do escrutínio de Pequim a empresas de internet, que já derrubou o valor de mercado de algumas das maiores companhias da China.
O Ministério dos Transportes, o órgão regulador da internet e outros reguladores ordenaram na quarta-feira, dia 1º, que 11 plataformas deixem de utilizar táticas anticompetitivas até o final do ano, além de práticas como o recrutamento de motoristas não licenciados, de acordo com comunicado divulgado nesta quinta.
A indústria de mobilidade, liderada por empresas como a Didi Global e a Meituan, emprega milhões de motoristas que são parte da crescente economia de aplicativos (gig economy) chinesa. Essas plataformas costumam brigar entre si por fatias de mercado oferecendo descontos e incentivos a passageiros e a motoristas.
O governo chinês já expressou preocupação com a exploração desse tipo de trabalho, dado que os motoristas costumam cumprir longas jornadas e não têm direitos trabalhistas assegurados. O sindicato estatal chinês pediu em julho maior proteção dos direitos trabalhistas, e encorajou trabalhadores da gig economy a formarem sindicatos.
A Didi, líder do setor, tem cerca de 90% do mercado na China, mas o regulador da internet chinesa investiga alegações de violação à privacidade por parte da empresa. Diante disso, rivais tentam tomar clientes da companhia.
As 11 empresas alvos do alerta desta quarta foram ordenadas a inspecionar suas práticas de negócio, criar um plano de governança e corrigir problemas até o final do ano, para “promover o desenvolvimento saudável e sustentável” do setor de mobilidade.
Em meses recentes, autoridades chinesas apertaram o cerco a setores como o de varejo eletrônico e educação online, após anos de rápido crescimento de empresas de tecnologia em meio a temores de que elas passassem a exercer uma influência desproporcional na sociedade.
Pequim lançou uma série de medidas antimonopolistas, de segurança de dados e relacionadas a outros temas a partir do final de 2020, em uma tentativa de aumentar o controle a gigantes da internet como o Alibaba e a Tencent. Fonte: Associated Press.
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