Talibã vai anunciar novo governo do Afeganistão nos próximos dias
No momento, o líder do país é o Mulá
Hibatullah Akhundzada, que também manda
no grupo insurgente; ele deve dar espaço para
novo presidente e se tornar guia espiritual da
nação.
Um dos porta-vozes do Talibã, Bilal Karimi, afirmou em entrevista à agência de notícias EFE nesta quarta-feira, 1º, que o grupo insurgente está próximo a concluir as consultas internas para a formação de um novo governo no Afeganistão. Com isso, um anúncio feito nos próximos dias deve anunciar o nome dos líderes que vão assumir o país. “As discussões, trocas de opiniões e consultas do Emirado Islâmico (como o Talibã se autodenomina) sobre a formação de um novo governo foram concluídas”, disse. Segundo ele, o “terreno foi preparado” para a formação do novo governo. Ainda não há consenso sobre quem será o novo chefe do país, mas há rumores de que o mulá Abdul Ghani Baradar, co-fundador do Talibã e chefe do escritório político dos insurgentes no Catar, possa ser o próximo presidente. O atual líder do Talibã, mulá Hibatullah Akhundzada, ficaria acima dele como uma espécie de líder espiritual supremo do país.
“Mulá Hibatullah Akhundzada é atualmente o líder do Emirado Islâmico, mas será prematuro dizer quem vai liderar o novo governo”, afirmou o porta-voz na entrevista. Ele também celebrou a saída dos norte-americanos do país, finalizada nesta segunda-feira, 30, e disse que este é o passo final para o anúncio de um novo governo. O Talibã retomou o controle do país ao cercar a capital do Afeganistão, Cabul, no dia 15 de agosto. Na ocasião, os EUA tomaram conta do aeroporto internacional para liderar a operação de evacuação que tirou mais de 120 mil cidadãos e refugiados da nação. O avanço dos insurgentes, que já tomavam conta da maior parte da área rural do país antes de agosto, chegou a toda a área urbana em apenas dez dias. No momento, apenas a província de Panjshir, localizada em uma região montanhosa do país, não foi dominada pelo grupo. Ela resiste com ajuda de milícias formadas por ex-combatentes do governo.
Por: Jovem Pan
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