Índice crítico de baixa umidade atinge o Brasil; médico faz alerta

“A diminuição da umidade e a maior poluição do ar também aumentam o risco de alergia ocular, vias respiratórias (rinite, asma) e na pele (dermatite atópica)”, pontua o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas

Previsão dos meteorologistas do Climatempo mostra que o ar seco esta semana vai atingir índices de 20% a 30% em grande parte do País. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas os olhos, vias respiratórias e pele são os órgãos que mais sofrem com a baixa umidade. Isso porque, a OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza a umidade mínima de 40% para o bom metabolismo.   “Abaixo disso, o risco de olho seco, alergia e piora do ceratocone aumentam”, afirma.

Os sintomas da síndrome do olho seco elencados pelo oftalmologista são: vermelhidão, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada. É causada por uma alteração na qualidade ou quantidade da lágrima que tem a função de proteger, alimentar e oxigenar a superfície do olho.

“A diminuição da umidade e a maior poluição do ar também aumentam o risco de alergia ocular, vias respiratórias (rinite, asma) e na pele (dermatite atópica)”, pontua. Pior: Um levantamento realizado por Queiroz Neto nos prontuários de 315 portadores de ceratocone, doença que afina e faz a córnea tomar o formato de um cone, mostra que olho seco atinge 24% dos ceratocônicos, o dobro da incidência na população. Significa que a baixa umidade pode levar ao transplante de córnea 24 mil dos 100 mil brasileiros que têm ceratocone, já que coçar os olhos é  o principal fator de risco das evolução desta doença.

Tratamentos

Queiroz Neto ressalta que um erro comum é pingar soro fisiológico nos olhos para diminuir o ressecamento. O sal do soro aumenta a irritação. Além disso, a solução não contém conservante e depois de aberta se transforma em campo fértil para o crescimento de bactérias e fungos que contaminam a córnea e a conjuntiva, afirma. O colírio lubrificante é o único indicado para atenuar o desconforto, mas só deve ser instilado no olho sob orientação médica após avaliação de qual camada da lágrima foi afetada.

O especialista afirma que os estudos mostram que em 70% dos casos o olho seco está relacionada a uma redução da camada lipídica que evita a evaporação da aquosa.  Nos casos mais graves, pequenas glândulas na borda interna das pálpebras que produzem a camada lipídica da lágrima ficam obstruídas. O tratamento mais eficaz é a aplicação da luz pulsada que permite desobstruir estas glândulas. São três sessões. O oftalmologista ressalta que as principais vantagens da luz pulsada são: eliminar a causa da disfunção, melhorar a produtividade, diminuir o custo do tratamento a longo prazo e a irritação do olho causado pelo uso compulsivo de colírios lubrificantes que contêm conservante

Prevenção

Para prevenir o ressecamento da lágrima Queiroz Neto indica comer cereais integrais cujas fibras  se transformam em ácidos graxos que ajudam combater a obstrução  das glândulas palpebrais; beber bastante água; ingerir alimentos ricos em vitamina A (cenoura, abóbora, mamão); incluir na alimentação fontes de vitamina C (frutas cítricas, tomate, vinho tinto); consumir fontes ômega 3 encontrado na semente de linhaça, castanha do Pará, sardinha e salmão; piscar voluntariamente; desviar os olhos das telas por 5 a 10 minutos a cada horta, proteger os olhos nas atividades externas. A principal recomendação para evitar a progressão é não coçar os olhos, conclui.

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