Os Estados Unidos paralisaram nesta segunda-feira, 16, a retirada de cidadãos norte-americanos do Afeganistão após imagens de caos serem registradas no aeroporto de Cabul, capital do país, e pelo menos cinco pessoas morrerem tentando entrar em voos que deixam a cidade com a retomada de poder pelo Talibã. As informações sobre as vítimas são do jornal Al Jazeera, que acompanha o avanço das tropas insurgentes no país ao longo de toda a semana. Ao todo, a administração de Joe Biden pretende trazer para os EUA 30 mil pessoas, parte delas norte-americanas e outra parte afegã. Com a paralisação de todos os voos comerciais na pista de Cabul, a prioridade das forças militares que continuam no país tomado por fundamentalistas é trazer o aeroporto de volta a funcionamento.
“Acredito que temos o que é necessário para trazer o aeroporto de volta à normalidade o mais rápido possível”, afirmou o vice-conselheiro de Segurança Nacional do país, Jon Finer, em entrevista ao canal norte-americano CNN. Ele considerou as imagens que viralizaram nas redes como “muito sérias” e disse que as pessoas que tentam fugir do país estão em uma situação muito perigosa. “É por isso que o presidente Joe Biden autorizou a retirada de milhares de afegãos vulneráveis do país, de pessoas que solicitaram vistos especiais de imigração, ativistas, mulheres, juízes…”, afirmou. Segundo ele, 2 mil pessoas que são funcionárias ou parentes de norte-americanos foram trazidos de volta ao país na última semana.
Até o momento, posicionamentos oficiais não confirmaram as mortes no aeroporto de Cabul, mas correspondentes do jornal asiático testemunharam a retirada de corpos das vítimas, que foram pisoteadas e até mesmo alvos de tiros de arma de fogo. “Não sabemos quem estava atirando, talvez tenha sido a própria administração do aeroporto tentando controlar a multidão ou as forças talibãs”, afirmou a jornalista Charlotte Bellis. Segundo o governo dos EUA, o Talibã não estaria vedando a passagem daqueles que tentam chegar até o local para deixar o país. A estimativa das Nações Unidas era de que pelo menos 600 mil pessoas tenham deixado o país, a maioria por fronteiras terrestres,
durante o avanço dos grupos fundamentalistas da área rural para a parte urbana do país. As cenas vistas em Cabul, porém, coincidiram com a chegada do Talibã à capital neste domingo, 16, quando o presidente Ashraf Ghani se refugiou no Tajiquistão e o país ficou oficialmente na mão dos rebeldes. O número de fugas deve aumentar vertiginosamente.
EFE/STRINGER
JOVEM PAN
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