Onda de violência após prisão de ex-presidente na África do Sul deixa mais de 70 mortos
Protestos foram iniciados depois da detenção de Jacob Zuma, condenado no fim de junho, e se transformaram em saques, incêndios em edifícios e bloqueios de estradas.
Pelo menos 72 pessoas morreram durante onda de violência na África do Sul
Autoridades locais da África do Sul confirmaram na noite desta terça-feira, 13, que os protestos com motins, saques e incêndios registrados há pelo menos uma semana no país deixaram um saldo de pelo menos 72 mortos e 1,2 mil presos até o momento. As manifestações, iniciadas após a prisão do ex-presidente Jacob Zuma, condenado no fim de junho a 15 meses de prisão por desacato à requisição para depor em inquérito que investigava casos de corrupção, se concentram majoritariamente nas províncias de KwaZulu-Natal e Gauteng, considerada como coração político da nação e sede das cidades de Johannesburgo e Pretória. Em coletiva de imprensa, o ministro da polícia local, Bheki Cele, afirmou que a maior parte das mortes foram resultado de pisoteamentos durante dispersões dos saques. Além disso, algumas pessoas foram vítimas de disparos de arma de fogo ou atingidas por explosões de caixas eletrônicos.
“Não há insatisfação ou qualquer circunstância pessoal que dê ao nosso povo o direito de saquear, vandalizar ou fazer o que eles quiserem contra a lei”, afirmou Cele. O atual presidente do país, Cyril Ramaphosa, transmitiu uma mensagem à nação nesta segunda-feira comparando o momento atual do país com a transição vivida no início dos anos 1990 após o fim do sistema segregacionista do Apartheid. Ele disse que a violência só é capaz de gerar mais violência e devastação. “Isso leva a mais pobreza, mais desemprego e mais perda de vidas inocentes. Não é isso quem somos como povo”, disse. O presidente classificou os saques como atos cometidos por “criminosos oportunistas” na crise atual que o país vive.
Por: Jovem Pan
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