Não há interferência em investigação da morte de Marielle, diz governador

As promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile pediram afastamento da força-tarefa do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) que investiga os assassinatos, alegando insatisfação com interferências externas

O governador do Rio, Cláudio Castro, disse não existir nenhuma interferência do estado na investigação da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes no dia 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, região central do Rio. As promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile pediram afastamento da força-tarefa do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) que investiga os assassinatos, alegando insatisfação com interferências externas. As duas estavam à frente da investigação da força tarefa desde setembro de 2018.

Castro afirmou que, pelo seu perfil, não costuma se meter em investigações da Polícia do Rio, apenas cobra que elas sejam solucionadas. A declaração foi dada durante coletiva no Palácio Guanabara, zona sul do Rio, para comentar a antecipação da segunda dose da vacina AstraZeneca.

O governador disse que se as promotoras tinham alguma discordância com o secretário de estado de Polícia Civil, Allan Turnowski, elas poderiam procurar a Corregedoria da Polícia Civil ou a Procuradoria-Geral de Justiça ou conversar com ele. “Como nenhuma dessas ações foram feitas, ele disse que não poderia comentar algo que as promotoras disseram à imprensa. Acho que elas deveriam ter usado as instâncias formalmente, ou na Corregedoria ou outra coisa e fazer a denúncia. Se não fizeram não me cabe comentar. Isso para mim vira ilação. Não comento ilação”, completou, acrescentando que está agendando uma reunião, conforme pedido de representantes da Anistia Internacional.

Castro lembrou que conhece toda a família de Marielle Franco desde da época em que os dois foram vereadores na mesma legislatura. O governador foi perguntado se poderia assegurar a solução do caso e se serão respondidas as perguntas sobre a autoria do crime. Em resposta, ele disse que, como não teve acesso ao processo não tem como dizer se estas perguntas serão solucionadas.

“Eu não tenho como responder isso, pelo simples fato de que não faço parte do processo. Esse processo está em segredo de justiça. Se eu falasse isso estaria enganando e estaria fazendo bravata, que é outra coisa que não é do meu perfil. O que eu cobro é que tenha solução. A minha cobrança é institucional. Como cobro em todos os casos. Por óbvio, esse é um caso sensível, mas não tem como dizer se vai ser ou não por respeito ao certo e o certo é que o governador, como você [se dirigindo ao repórter], não saiba como está o processo. Não tenho como fazer essa afirmativa”, concluiu.

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