Em Campos, Polícia prende bandidos mataram jovens às margens da Campos-Itaperuna em junho
Fotomontagem: N.U.
Policiais civis da 146ª Delegacia de Polícia (Guarus), com apoio da Polícia Militar, prenderam, na manhã desta terça-feira (13), na comunidade do Santa Helena, dois homens, de 22 e 28 anos, suspeitos de envolvimento em um triplo homicídio registrado em Guarus, no dia 5 de junho. Dois mandados ainda estão em aberto e as diligências seguem nas ruas tentando cumpri-los. Os corpos das três vítimas, que eram moradoras de Travessão, foram encontrados amarrados e encharcados de gasolina em um canavial à margem da BR 356 (Campos-Itaperuna). Os jovens foram mortos com tiros e agressões.
Na ação para cumprimento dos mandados de prisão, os policiais apreenderam, ainda, farta quantidade de maconha e cocaína, além de materiais para endolação. Isso corrobora, segundo o titular da 146ª DP, delegado Pedro Emílio Braga, “a circunstância de que, naquele local, está estabelecida uma associação narcotraficante e nesse contexto o crime acabou ocorrendo”.
Para o delegado ainda não está clara a participação das vítimas no tráfico; mas é certa a participação dos acusados, que inclusive receberam as ordens de dentro do sistema penitenciário. “O crime foi praticado por cinco autores e mais um sexto mandante”, disse o titular, salientando que um dos autores teria sido morto dias após a execução dos três jovens.
– Esses indivíduos (vítimas) transitavam próximo a comunidade do Santa Helena quando foram reconhecidos por indivíduos do narcotráfico local (Santa Helena), foram abordados, sequestrados e levados até o interior da comunidade, aonde integrantes da facção dominante realizaram contato com o líder do narcotráfico local (que está preso) e receberam a ordem para que assassinassem esses garotos. As vítimas foram conduzidas até o local em que os corpos foram encontrados amarrados e executados – explicou o delegado Pedro Emílio Braga.
Ele ainda acrescentou que, conforme o apurado até o momento, as vítimas apenas residiam em uma área de facção rival. “Não podemos afirmar que são componentes do narcotráfico”, pontuou.
– Conforme já ficou claro em outros casos, muitas vezes sequer há o vínculo com a facção rival e o simples fato de residir numa área estabelecida de uma facção rival gera a dúvida nos criminosos: na dúvida, opta-se pela morte, pelo assassinato banal de jovens como esses; como já tivemos vários outros exemplos – concluiu o delegado.
Antes de encerrar a coletiva, entretanto, Pedro Emílio enfatizou que a investigação aconteceu durante cerca de 10 dias e todas as circunstâncias foram levantadas. “Foi mais um trabalho macro da equipe da 146ªDP e demonstra um domínio da capacidade investigativa da circunscrição, que hoje temos. Em 10 dias toda a autoria foi apurada e obtivemos êxito em esclarecer todas as circunstâncias do delito”, concluiu o titular.