Argentino Carlos Reutemann, vice-campeão de F1, morre aos 79 anos

Carlos Reutemann também atuou como senador na Argentina

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu nesta quarta-feira (7) o vice-campeão mundial de F1 (1981) e senador argentino Carlos Reutemann, aos 79 anos.

Ele, que correu na principal categoria do automobilismo de 1972 a 1982, sofreu hemorragia digestiva. O político recebeu o diagnosticado de um câncer no fígado em 2017 e estava internado no Hospital Santa Fé, em Rosário, na Argentina, há cerca de um mês.

Diante do quadro irreversível, Reutemann pediu para não voltar para a UTI. Ele estava sedado em um quarto do hospital. Na terça-feira (6), houve piora em seu quadro de saúde. A notícia da morte foi dada pela filha, Cora, em sua conta no Twitter.

“Papai partiu em paz e com dignidade, lutando como um campeão, com um coração forte e nobre que o acompanhou até o fim. Me sinto orgulhosa e abençoada pelo pai que tive. Eu sei que ele vai me acompanhar todos os dias da minha vida até que nos encontremos novamente na casa do Senhor”, escreveu.

Além de piloto, Reutemann também se embrenhou pela carreira política, sendo senador de 2003 a 2021. Em 1970, após bons resultados na Argentina, o piloto começou a correr na Europa. Dois anos depois, chegou à F1 como segundo piloto da Brabham e tendo Graham Hill como companheiro de equipe. Permaneceu na categoria até 1982, sendo o segundo argentino que mais pontuou na F1, atrás apenas de Juan Manuel Fangio, que conquistou cinco títulos.

Apelidado de Lole, ele obteve 12 vitórias, 45 pódios e seis pole positions. Participou de 144 corridas. A primeira pole aconteceu no GP da Argentina de 1972. Sua primeira vitória foi no mesmo ano, no GP Brasil, em corrida que não valia pontos.

Em 1974, fez uma grande temporada, com triunfos em Hyalami (África do Sul), Áustria e EUA. No GP da Argentina liderou até o final, mas ficou sem gasolina na última volta e terminou em sexto lugar. No ano seguinte, venceu na Alemanha, em Nürburgring, e obteve seis pódios para terminar em terceiro lugar no Mundial de Pilotos.

De 1976 a 1978, ele correu pela Ferrari. Chegou para substituir Niki Lauda, que havia sofrido grave acidente. Porém, o austríaco se recuperou, e Reutemann correu como terceiro piloto. Em 1977, já como piloto titular, venceu o GP Brasil e terminou o Mundial na quarta posição. Após um ano frustrante na Lotus, em 1979, em um carro que não rendeu, foi apresentado na Williams em 1980 como segundo piloto na equipe que também contava com o australiano Alan Jones.

No ano seguinte, desobedeceu às ordens da equipe de priorizar Jones e disputou o título. Obteve vitória memorável no GP Brasil sob chuva torrencial. No final do campeonato, perdeu o troféu para Nelson Piquet, da Brabham, por apenas um ponto. A falta de apoio da Williams, acompanhada pela ascensão do brasileiro, foi determinante para a derrota. No outro ano, encerrou a carreira na F1.

Como político, Reutemann iniciou carreira como governador de Santa Fé de 1991 a 1995. Em seguida, foi senador de 1995 a 1999. Abandonou o mandato no meio para se tornar novamente governador de 1999 a 2003. Voltou ao Senado em 2003, no qual permaneceu até sua morte.

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