Políticos usam redes sociais para furar bolha e atrair eleitorado jovem

TikTok, Reels, stories, lives: o engajamento em vídeos, tweets e enquetes nas redes sociais tem dividido os holofotes com os senadores que comandam a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado. Em sinal do legado deixado pelas eleições de 2018, os congressistas apostam em conteúdos das plataformas digitais na tentativa de atrair o eleitorado jovem.

O vice-presidente da CPI da Covid no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tem compartilhado em seu perfil no TikTok bastidores da comissão.

Uma das postagens com mais visualizações do congressista na rede social tem mais de 245 mil acessos. Mostra Randolfe se preparando para chegar à comissão para receber o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para o 2º depoimento ao som de “Let Me Think About It“, da cantora dinamarquesa Ida Corr. Assista (50s):

No Instagram, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), adotou a prática de abrir “caixa de perguntas” em seu perfil para receber sugestões dos internautas. Em 19 de maio, o congressista fez pela 1ª vez um questionamento enviado por um dos seus 238 mil seguidores ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. O senador perguntou ao general de onde que vinham as orientações do Ministério da Saúde, já que este não seguia as diretrizes da OMS (Organização Mundial da Saúde).

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), está interagindo com frequência com os seguidores no Twitter. O congressista responde perguntas, faz brincadeiras, compartilha curiosidades e reage às falas do presidente Jair Bolsonaro. Utiliza a rede social até mesmo durante as sessões. Ele acumula mais de 118,8 mil seguidores. Desde a abertura da CPI da Covid na Casa, em 27 de abril, o senador teve um aumento de 209% no número de seguidores, segundo o Social Blade — plataforma de análise das redes sociais.

Ao Poder360, o dono da página afirmou que o uso de materiais produzidos na internet “demonstra que eles [os senadores] estão atentos ao que publicamos nas redes“. Na ocasião em que a CPI ouviu a secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, o senador Renan Calheiros utilizou um vídeo produzido pelo perfil, que mostra a “Capitã Cloroquina”, como ficou conhecida, defendendo o uso do aplicativo TrateCov.

“Foi engraçado o vídeo da Dra. Mayra sendo reproduzido na CPI com minha marca aparecendo e imortalizado no canal de YouTube do Senado. Foi marketing de guerrilha não-intencional”, disse.

A página “Tesoureiros do Jair” (@tesoureiros) reproduziu em maio um trecho de uma live em que Randolfe afirma que também tem recebido várias perguntas a partir de interação nas redes sociais.  

A hegemonia da direita bolsonarista

Por conta do pouco tempo de TV em 2018, o então candidato Jair Bolsonaro e sua base utilizaram a internet como trunfo na campanha eleitoral. A estratégia se baseou em disparos em massa no WhatsApp e Telegram, além do lançamento de hashtags que ocupavam as 1ª posições no Twitter. Comandada pelo filho 02 do presidente, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), a campanha de Bolsonaro foi pautada em valores morais, discursos contra a corrupção do PT e atrelada à operação Lava Jato.

Carlos é ainda um dos integrantes da família Bolsonaro mais atuantes nas redes, sobretudo no Twitter. Usa a rede social para atacar adversários do pai e até mesmo aliados, como alguns militares e o vice-presidente Hamilton Mourão. Recentes alvos do vereador do Rio de Janeiro são o senador Renan Calheiros e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB)

msn.com

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