Outra manifestação em Campos: profissionais da educação protestam contra transferência
Professores e demais profissionais da rede municipal de educação de Campos realizaram na manhã desta quinta-feira (27) uma carreata para protestar contra a transferência de professores de creches para unidades do Ensino Fundamental.
De acordo com o Sepe, a transferência traria dificuldades para os educadores. No protesto, os profissionais passaram pelas principais ruas e avenidas do município, passando também pela entrada da prefeitura. “Nossos professores estão correndo o risco de serem remanejados para outras unidades escolares assumindo turmas de 44 até 100 anos, mesmo que seja remotamente, isso não pode acontecer”, disse a coordenadora do Sepe, Odisseia Carvalho, que também comentou sobre a importância da valorização da categoria. “Nós continuaremos na luta. Nós precisamos valorizar os nossos profissionais da educação. Nossos profissionais da educação dão a sua vida e a sua alma. Muitas das vezes continuam trabalhando até 22h respondendo os pais dos alunos, respondendo os alunos. Não tem hora! Quem pensa que o ensino remoto é fácil, não é fácil! É muito mais trabalhoso do que se estivéssemos dentro das nossas escolas”, concluiu.
Em nota, a prefeitura informou que o responsável pela Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia tem uma reunião agendada com o Conselho Municipal de Educação na próxima quarta-feira com representantes do SEPE no dia 1º de junho e está à disposição para dar esclarecimentos sobre o assunto. “A implantação do ensino híbrido seguro vai acontecer de forma gradativa, respeitando os protocolos de biossegurança. A convocação dos professores da Educação infantil realizada nesta semana visa fazer avançar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, que deve priorizar o interesse dos estudantes. Trata-se de ação com caráter emergencial e excepcional, somente enquanto durar o período de pandemia da covid-19 e o ensino híbrido e/ou exclusivamente remoto. A medida vai favorecer os professores de berçário e maternal (3 meses a 3 anos de idade), incluindo-os entre os professores que passarão a receber a gratificação por regência de classe, uma vez que as atividades pedagógicas das creches, especialmente para o atendimento dessa faixa, não podem ser plenamente realizadas pois a interação virtual pontual com os pais desse grupo de alunos não é equivalente à ação pedagógica. Além disso, um grande número de professores de creche vem atuando regularmente como professores no ensino fundamental através do RET (regime especial de trabalho). Portanto, não é algo distante da realidade desses servidores. Além disso, não se trata de desvio de função pois as exigências curriculares para assumir essas turmas são as mesmas exigidas para atuação em berçário e maternal, já que todos estão inseridos na classificação de Professor II. Importante ressaltar, ainda, que não haverá redução salarial. Ao contrário, haverá decréscimo de carga horária, com a preservação salarial e a possibilidade de receberem a gratificação por regência de classe”, disse a nota.