Morre aos 66 anos, Jorge Picciani, ex-presidente da Alerj

Parlamentar morreu, na madrugada desta sexta-feira, em um hospital

particular de São Paulo. Ele estava internado desde o dia 8 para tratar

um câncer.

Picciani
PiccianiValter Campanato/Agência Brasil
 
Rio – O ex-deputado estadual do Rio Jorge Picciani morreu, nesta sexta-feira, em São Paulo. O parlamentar estava internado desde o dia 8 de maio no Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or, na capital paulista para tratar um câncer na bexiga. 
Picciani era filiado ao partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e foi ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) por diversos mandatos. Ele era aliado do ex-governador do Rio Sérgio Cabral e foi preso por envolvimento em esquemas de corrupção. 
Em nota, a Alerj informou que “lamenta profundamente” a morte do ex-deputado e ex-presidente da Casa. O atual presidente da Casa, André Ceciliano (PT), ofereceu as instalações do Salão Getúlio Vargas para o velório, que deve acontecer no inicio da noite desta sexta-feira.
Nas redes sociais, o deputado federal e filho de Picciani, Leonardo Picciani (MDB-RJ), se pronunciou sobre a morte do pai. “Neste momento de partida do meu querido e já saudoso pai, o sentimento é de reverenciar a memória de uma pessoa que sempre teve empatia pelo próximo e que se importava com a vida do seu semelhante. Picciani deixa grande saudade nos nossos corações. Vai em paz, meu pai!”. 
 
O governador do Rio, Claudio Castro, e o prefeito, Eduardo Paes, se pronunciaram e lamentaram a morte do ex-deputado.
“É com pesar que recebo na manhã deste 14 de maio a notícia do falecimento do ex-presidente da Alerj, Jorge Picciani. Neste momento doloroso, deixo aos familiares meus sentimentos e que encontrem Deus a força necessária para superar a dor da perda”, escreveu Castro.
“Quero aqui manifestar meu pesar, lamentar o falecimento do deputado Picciani, sempre tive com ele uma ótima relação, e especialmente, abraçar a família dele, os filhos dele, a mulher dele. Enfim, é uma pena que a gente tenha a morte de uma pessoa ainda muito jovem, mas que teve aí um processo difícil. Inclusive já falei hoje com o deputado Leonardo Picciani e com o ex-deputado Rafael Picciani”, falou Paes durante a coletiva de imprensa do 19º boletim epidemiológico da covid-19.
Política

Picciani era pecuarista e cumpriu seis mandatos pelo Rio de Janeiro. Ele foi eleito pela primeira vez em 1990, como deputado estadual. O parlamentar presidiu a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por quatro mandados consecutivos, entre 2003 e 2010. Em 2015, após ficar quatro anos afastado, ele voltou a ocupar o cargo de presidente da Casa.

Em 2010, com o apoio do ex-governador do Rio, Sergio Cabral, Picciani tentou uma vaga no Senado. Ele obteve 3.048.034 de votos, mas não conseguiu ser eleger. Durante 2011 e 2014, ele presidiu o partido PMDB-RJ e focou na vida empresarial.

Nas eleições de 2014, ele voltou à Alerj, com 76.590 votos. A nona maior votação no estado do Rio e a terceira pelo partido PMDB-RJ. Em 2015, reassumiu a presidência da Alerj e ficou até 2017, quando foi afastado.

Jorge Picciani nasceu em 25 de março de 1955 e era formado em contabilidade pela UERJ e em estatística pela Escola Nacional de Estatística. O ex-parlamentar era casado com Hortência Oliveira Picciani e deixa cinco filhos: o deputado federal Leonardo Picciani; o deputado estadual Rafael Picciani; Felipe; Arthur e Vicenzo.

Alvo de operações

Na sua trajetória política, Picciani foi alvo de duas operações policiais contra corrupção na Alerj. Em novembro de 2017, ele foi alvo da Operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato, que cumpria mandados de prisão contra deputados estaduais e empresários do setor de ônibus. Picciani era o presidente da Alerj e foi preso, junto com os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi.

Um ano depois, em 2018, ele também foi alvo da Operação Furna da Onça, deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF). Ele, que já cumpria prisão domiciliar, e mais nove pessoas foram alvos da ação, acusados de integrar esquema criminoso comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB).

As investigações apontavam que os deputados usavam a Alerj a serviço de interesses da organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), que em troca pagava propina mensal (“mensalinho”), que variava de R$ 20 mil a 100 mil reais, durante seu segundo mandato (2011- 2014). Os valores eram pagos em troca de votos em favor de projetos de lei de interesse da organização. De acordo com as investigações, a propina resultava do sobrepreço de contratos estaduais e federais.
Na época, as investigações apontaram que além de Cabral, Piciani e Paulo Melo comandavam a organização.
 
 
POR O DIA
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