Botafogo domina, mas não agride e vai à final da Taça Rio graças a talento de Pedro Castro
Com 63% de posse de bola, time passa maior parte do jogo no campo ofensivo, mas tem dificuldade de criar as jogadas; Nova Iguaçu assusta no final com lances perigosos.
O Botafogo não foi brilhante. Aliás, passa longe disso há algumas semanas. Mesmo assim, venceu o Nova Iguaçu por 1 a 0 na noite do último domingo e se classificou à final da Taça Rio. O resultado foi construído com belo gol de Pedro Castro, que se firma como único talento individual do time até o momento. A 20 dias da Série B, o Bota não parece pronto para o principal desafio da temporada.
Marcelo Chamusca fez algumas mudanças no time titular. Ronald ganhou a vaga de Felipe Ferreira e acompanhou Marco Antonio na frente. O Botafogo começou o jogo com dois pontas de características diferentes: velocidade e armação. Mas a dobradinha Warley e Ronald na direita não foi tão positiva, apesar de muito acionada nos 90 minutos.
Pedro Castro foi o melhor do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Fora essas, outras jogadas de perigo surgiram de circunstâncias diferentes, como ainda no início do jogo, quando Ronald recebeu em ultrapassagem e cruzou rasteiro sem levantar a cabeça. A bola atravessou a área, mas os atacantes chegaram atrasados. Por falar em atacantes, Matheus Nascimento pareceu “excluído” do jogo em muitos momentos. O centroavante saiu de campo com uma finalização.
O Botafogo terminou o jogo com 63% de posse de bola e passou a maior parte do tempo no campo ofensivo. Então por que teve tanta dificuldades para finalizar? Chamusca acredita que isso se deu pela postura do adversário. O Nova Iguaçu praticamente apenas se defendeu até os 28 minutos do segundo tempo. Mas o time alvinegro vai precisar encontrar solução para essas situações, afinal vai encontrar adversários igualmente fechados e mais qualificados na Série B.
– Eu acho que na Série B vamos ter jogos onde o adversário vai jogar muito mais. Vai propor muito mais e vai nos atacar muito mais que o Nova Iguaçu nos atacou. Consequentemente, vamos ter mais espaços e a tendência é que a gente consiga qualificar mais o jogo – defendeu o técnico.
Com dificuldade de progredir, o Botafogo manteve a posse tocando a bola de um lado para o outro e, eventualmente, achando espaços para os pontas trabalharem em velocidade, mas num ritmo paciente. Até tentou infiltrações, mas concluiu muito pouco. Com pouca aproximação e movimentação deficiente, foram poucas as opções de passe em muitos momentos.
Botafogo teve dificuldades de furar bloqueio do Nova Iguaçu — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Com as inúmeras dificuldades, o talento individual de Pedro Castro decidiu o jogo. Aos 28 minutos da etapa final, o meia recebeu a bola na área pelo lado esquerdo e chutou colocado para marcar um golaço e garantir o Botafogo na final da Taça Rio. Pedro é a grande notícia positiva do clube na temporada. O poder de finalização faz com que ele jogue mais próximo dos atacantes. Chamusca vê o atleta com capacidade para atuar em todas as posições do meio de campo.
Quando quis jogar, o time da Baixada Fluminense conseguiu achar espaços e, em poucos minutos, levou grande perigo à defesa alvinegra. Falta consistência ao Botafogo. Em dois cenários diferentes no mesmo jogo a equipe sofreu, tanto para criar quanto para se defender (nos minutos finais).
A pressão do Nova Iguaçu nos minutos finais se deu também pela superioridade numérica. Depois de substituir Matheus Nascimento aos 26 minutos do segundo tempo, Marcinho recebeu o primeiro cartão amarelo aos 35, e o segundo aos 38. A expulsão deixou o Botafogo vulnerável.
– A escolha pelo Marcinho foi pela parte tática, mas eu concordo que ele precisa melhorar e estamos trabalhando para isto. Ele foi infeliz e tem consciência disso. Tomou dois cartões. E passamos por dificuldades depois de termos o jogo controlado. A função do treinador é tentar melhorar o atleta. É um jogador que tem potencial e que pode melhorar – afirmou Chamusca.
Números finais de Nova Iguaçu x Botafogo:
- Posse de bola: 37% x 63%
- Finalizações: 5 x 12
- Escanteios: 2 x 5
- Faltas: 23 x 34
- Passes errados: 77 x 77
- Desarmes: 17 x 14
Agora, Chamusca terá os testes finais na decisão contra o Vasco antes da Série B. O jogo de ida será no próximo domingo, às 11h05, no Nilton Santos. Com um elenco limitado e à espera de reforços, o treinador tenta dar liga ao time e convencer a torcida sobre seu trabalho.
Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro
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