Atualizado: Por unanimidade, Witzel já faz parte da história passada do Rio de Janeiro e sofre impeachment de forma definitiva

Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
O Tribunal Especial Misto (TEM) julgou, nesta sexta-feira (30), o pedido de impeachment do governador afastado do Rio, Wilson Witzel. O deputado estadual Alexandre Freitas (Novo), sétimo a votar, também foi o sétimo a favor da procedência de parte das acusações contra Witzel. Com isso, pela primeira vez na História do Rio de Janeiro, o processo de impeachment é consumado contra um governador.

Após o fim da inédita votação acerca das acusações, outra votação do TEM decidirá o tempo que Witzel ficará impedido de ocupar cargos públicos.

O julgamento foi iniciado às 9h30h no Tribunal de Justiça do Rio sem a presença de Witzel. O governador afastado informou  que iria acompanhar a votação da sua casa. Ele foi acusado de crime de responsabilidade por seu suposto envolvimento em fraudes na compra de equipamentos e celebração de contratos durante a pandemia da Covid-19.

Acompanhe ao vivo momentos finais do julgamento em vídeo:

 

Relator: governador agiu com “desleixo” e “omissão”

Relator do processo, Waldeck Carneiro foi o primeiro a manifestar o seu voto, favorável à condenação de Witzel. O parlamentar leu sua decisão por mais de 2 horas. Ele reproduziu alguns trechos de interrogatórios conduzidos ao longo do processo no TEM e depoimentos dados à Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvidos no esquema investigado pelo MPF. Entre eles, os do o ex-secretário e delator Edmar Santos, dos empresários Mário Peixoto e Edson Torres, e do líder do PSC, Pastor Everaldo.

Em sua decisão, Waldeck falou em “desleixo”, “omissão” e “negligência” por parte do governador.

– Em relação à acusação de crime de responsabilidade relativo ao ato de requalificação da OSS Unir Saúde, considero que a pretensão acusatória é procedente, tendo em vista que tal ato, por parte do réu, contribuiu diretamente para proteger interesses privados, mesquinhos e ilegítimos, em detrimento do elevado interesse público – disse Waldeck.

Sobre à contratação da Iabas, o parlamentar falou em “nítida ação omissiva”:

– A atitude do Réu, ao se esquivar do exercício de sua função de dirigente executivo máximo do Estado do Rio de Janeiro, em nítida ação omissiva, contribuiu diretamente para as maquinações delituosas de um dos grupos econômicos que disputavam, por meio do aliciamento criminoso de agentes públicos e do pagamento de vantagens indevidas, os contratos da Secretaria de Estado de Saúde – concluiu.

 

Arthur Leal; Felipe Grinberg

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