Príncipe Philip de Edimburgo morre aos 99

O marido da rainha Elizabeth II, Philip de Edimburgo, morreu nesta sexta-feira aos 99 anos no Palácio de Windsor, conforme anunciado pela família real britânica. Nenhuma das tentativas de escrever uma biografia de Filipe de Edimburgo que desvendasse sua personalidade teve sucesso nessa empreitada. O marido de Elizabeth II e Príncipe Consorte do Reino Unido permaneceu até o último momento como um enigma e um curinga que servia a partidários e detratores da Monarquia Britânica para representar uma instituição eterna ou para deplorar a arrogância de uma casta distante da realidade. “Senhoras e senhores, a pessoa com mais experiência no mundo em descobrir placas comemorativas aparece diante de vocês”, costumava dizer em seus últimos eventos públicos, antes de finalmente se aposentar do cenário oficial em 2017. O senso de humor, tão cáustico quanto autocrítico, era um de seus poucos refúgios. Ele colecionava charges dos mais famosos cartunistas britânicos, como Matt. Chegou a ter quase duzentos desenhos originais que distribuiu pelos banheiros de todos os palácios e castelos da Casa de Windsor. Era a maneira de garantir, na privacidade, que o último sorriso seria o dele.

© Samir Hussein (Getty) Príncipe Philip no Castelo de Windsor em 22 de julho de 2020, em Windsor, Inglaterra.

O tenente da Marinha Real teve no mar seu último abrigo. Ou no ar, onde chegou a 5.986 horas de vôo em 59 tipos diferentes de aeronaves. Sua última viagem foi de Carlisle a Islay, em agosto de 1997, aos 76 anos. Ou na fé, que começou como um hábito naturalmente incorporado à sua educação e status social, e se desenvolveu nos últimos anos em um esforço introspectivo. Ele ajudava Robin Woods, reitor de Windsor e capelão doméstico da rainha, a iniciar a St. George’s House, um retiro, centro de conferências e estudos onde padres anglicanos se reuniam para discutir assuntos religiosos.

EL PAÍS

RANOTÍCIAS