Witzel afirma não ter como pagar advogados e manobra para tentar adiar sessão, mas tribunal nega
Governador afastado está presente em tribunal que julga seu impeachment. Ex-secretário de Saúde Edmar Santos também deve depor.
“Meus advogados não são remunerados. As remunerações foram pagas no início por mim, em valores simbólicos. Não tenho capacidade financeira de pagar um escritório de advocacia. Mas independentemente da capacidade financeira, o escritório da doutora Ana Teresa Basílio tem me assistido”, comentou o governador afastado.
Apesar de ter revogado a defesa, Witzel esteve acompanhado de um advogado que trabalha no próprio escritório da antiga defensora do governador afastado.
Durante os votos, os membros do tribunal utilizaram termos como “fora de ordem” e “tentativa de causar tumulto” para as manobras de Witzel. O desembargador Maldonado de Carvalho lembrou que o governador afastado já sabia previamente da data da sessão, e que o estatuto da OAB defende que só haja substituição de defesa quando for definido um novo advogado. “A medida é totalmente impertinente”, afirmou o desembargador.
Na última segunda-feira (5), a defesa do governador afastado tentou suspender o processo de impeachment, com o argumento de que não teve acesso ao conteúdo completo da delação do ex-secretário Edmar Santos. O pedido foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para Moraes, o direito ao acesso ao conteúdo foi, sim, assegurado.