Reabertura do comércio no dia 12 e CCC não recebe mais pacientes

Centro de Controle e Combate ao Coronavírus
Centro de Controle e Combate ao Coronavírus / Divulgação – Supcom
Com seis pacientes internados na sala de triagem, o Centro de Controle e Combate ao Coronavírus (CCC), na Beneficência Portuguesa, não abriu nesta terça-feira (6). A orientação da secretaria municipal de Saúde é que a população de Campos procure outras unidades como UPH São José, HGG, UPA e as UPHS. A secretaria ressalta que está se empenhando para a retomada dos serviços. O dia foi marcado, ainda, por série de aglomerações em Campos, na contramão das medidas restritivas definidas pela Fase Vermelha. 
“Dias muito difíceis. Adaptamos a sala de enfermagem, que é a sala de triagem, como enfermaria e colocamos balão de oxigênio. E, agora, no final do dia, conseguimos transferir esses pacientes. Amanhã esperamos reabrir”, disse a coordenadora do setor, Cynthia Cordeiro.

 

Ainda nesta terça, segmentos comerciais foram para a frente da Prefeitura, na parte da manhã. Durante a manifestação, empresários e funcionários pediram o fim do lockdown, que também sufoca o setor econômico. O Ministério Público do Estado do Rio chegou a divulgar uma nota na qual imprimiu apoio ao governo por ampliar as medidas restritivas. Mas, o setor comercial fechou o dia em reunião com o prefeito Wladimir Garotinho que prometeu reabrir no dia 12 o comércio, mas de forma gradativa.

Segundo o boletim Covid desta terça, o vírus matou 900 pessoas no município, 11 nas últimas 24 horas, além de 89 novos casos. Já são 24.413 casos confirmados da doença e 21.592 pessoas recuperadas. Na espera por uma vaga de UTI, o município tem 42 pacientes na fila. 
Dentre as ações para frear o contágio da doença, adotadas pelo governo, o primeiro dia da barreira para evitar circulação de pessoas na área central da cidade acabou marcado por trânsito tumultuado e fluxo intenso de pedestres no calçadão do Boulevard Francisco de Paula Carneiro, principalmente de idosos em gigantescas e desorganizadas filas bancárias. Agentes da Vigilância Sanitária e Postura chegaram, inclusive, a interditar agência do Bradesco por 24 horas. Uma agência do Itaú também foi autuada e multada por descumprir protocolos “Regras pela Vida”.
Ainda sobre a manifestação, os empresários, após o ato na frente da Prefeitura, seguiram para a BR 101, na área próxima ao Shopping Estrada. A pista ficou fechada por cerca de 40 minutos. Além de lojistas e empresários dos ramos considerados não essenciais, estavam presentes diretores da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Carjopa e Sindivarejo. As entidades falam no fechamento de 20 mil frentes de trabalho e encerramento definitivo de 30% do comércio. Foi a segunda manifestação em menos de 24 horas.
Em nota, a Prefeitura informou que “o município passa pelo pior momento no combate à Covid-19. A ocupação de leitos nas redes SUS e Particular é de 100% e existem 40 pessoas na fila à espera de um leito de Covid. A Prefeitura entende a preocupação dos comerciantes, e informa que a medida é necessária para evitar a circulação de pessoas nas ruas e, desta forma, reduzir a disseminação do vírus e o número alarmante de novos casos e de mortes. Importante ressaltar que os comerciantes podem trabalhar com delivery, o que mantém o fluxo de vendas”.
Enquanto isso, profissionais de Saúde chamam atenção para a situação gravíssima. Campos já tem pacientes dividindo cilindro de oxigênio na emergência, da mesma forma que respirador e cadeira. Tudo isso devido à velocidade na transmissão do novo coronavírus. O alerta partiu da coordenadora do CCCC, Patrícia Meireles, na reunião de segunda-feira (5), que determinou o lockdown até o próximo dia 12.
“Muitos pacientes já estão chegando com necessidade de intubação, coisa que a gente não via e, hoje, estamos vendo com muita frequência. A gente não tem mais o que fazer a não ser esperar o óbito de uma grande parte da população”, ressalta a médica. A ocupação na unidade é de 100% nos 40 leitos clínicos, nos 29 leitos de UTI e nos 5 leitos de estabilização (sala vermelha).
O subsecretário de Saúde, Paulo Hirano, expôs que o município também não tem mais relaxantes musculares para intubar e os médicos estão sendo obrigados a improvisar soluções. 

DORA PAULA PAES

Folha 1

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