Amazonas deve registrar cheias severas em 2021, diz serviço geológico
De acordo com o boletim, o Rio Negro pode atingir, este ano, a cota máxima de 29,45 metros (m) no Porto de Manaus. “A probabilidade de que esteja em curso uma cheia tão grande quanto a de 2012, ano da máxima histórica, existe, mas é de aproximadamente 17%, informou o serviço geológico.
Em Manacapuru, o nível do Rio Solimões já está acima do esperado para o período atual – próximo ao observado em 2015, quando a cota máxima de toda a série histórica (dados desde 1902) foi observada no município. A previsão é que o rio atinja uma média de 20,27m, podendo chegar a 21,20m.
Já na região de Itacoatiara, as medições indicam que o rio está acima da média desde fevereiro e pode chegar a 15,60m. O limite de inundação no município é de apenas 14m. O nível mais alto já registrado no município foi 16,04m, em 2009. O evento, segundo o boletim, tem 10% de chance de ser registrado novamente em 2021.
Defesa civil
De acordo com o Departamento de Resposta ao Desastre e Suporte da Defesa Civil do Amazonas, todos os municípios da calha do Juruá já estão com situação de emergência decretada. Na calha do Purus, cinco dos sete municípios estão em situação de emergência.
Em resposta e proteção à população, equipes da defesa civil estadual tem oferecido aos moradores da região unidades móveis de tratamento de água.
La Niña
Dados do Sistema de Proteção da Amazônia indicam que o final de 2020 teve um déficit de precipitação em grande parte da Bacia Amazônica Ocidental. No princípio de 2021 esse padrão se inverteu e já em fevereiro de 2021, as chuvas foram muito acima do esperado na bacia como um todo, causando inclusive transbordamentos no Acre.
“Como está em curso o fenômeno La Niña, de resfriamento das águas, ele altera a formação de nuvens sobre o oceano e elas passam a se concentrar na Oceania. O resultado têm sido chuvas mais concentradas e em maior quantidade do que o normal na Amazônia, o que tende a se agravar”, destacou o serviço geológico.
*Sob supervisão de Paula Laboissière.
Edição: Paula Laboissière
Por Lukas Augusto – Estagiário da Agência Brasil* – Brasília
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