Fechado e abandonado há quase um ano, uma das tradicionais praças de Campos, o Jardim São Benedito agoniza durante a pandemia. O local, que é considerado o principal ponto de encontro de gente de todas as idades ao ar livre e que abriga a Academia Campista de Letras, está tomado por matos. As quadras esportivas estão sem manutenção e o famoso parque de diversão não funciona.
Esses não são os únicos problemas do Jardim São Benedito. O local era tido por muitas famílias como a única fonte de renda. Como por exemplo o ambulante Amaral da Conceição, que vende brinquedos no espaço todos os dias da semana há cerca de 20 anos. Ele revelou que sem poder trabalhar, recebeu o auxílio emergencial do governo, mas a ajuda acabou. “Minha esperança era que o Jardim fosse reaberto. Isso não aconteceu e hoje estou recebendo ajuda da igreja para criar meus filhos”, conta.
O ambulante destaca que não entende o porquê de quase tudo já ter voltado ao normal, mas o Jardim São Benedito ainda não. “Será que o vírus só está aqui? O comércio voltou, os shoppings já retornaram, enfim… a cidade está praticamente com a vida de volta. Por que o Jardim ainda não foi reaberto?”, questiona.
O mesmo questionamento também foi feito pelo dono de um dos brinquedos dentro do Jardim. Com medo de sofrer perseguições, ele prefere não aparecer, mas conta que o Jardim só não foi aberto porque a maior parte dos trabalhadores são simples e não têm força política. “A gente foi esquecido. A prefeitura abriu o comércio, os shoppings porque a pressão por parte dos empresários é grande. Infelizmente aqui a gente não tem ninguém que nos representa. Um ou outro até tenta fazer a interlocução junto à prefeitura, mas não adianta”, explicou.
Como o Jardim está totalmente fechado e abandonado, ninguém sabe como estão sendo tratados os poucos animais que têm ou tinham no local. A redação do jornal N.U. entrou em contato com a assessoria da prefeitura, mas, até o momento, ninguém enviou respostas sobre o futuro do Jardim São Benedito.
Porém, o maior de todos os problemas, diz respeito a invasão ao local provocada pelos moradores de rua . O que fez com que a Paróquia de São Benedito, igreja existente no local, se vice obrigada a construir um muro de proteção em seu entorno. A obra está em andamento, pelo fato de dezena de pessoas terem feito acampamento em forma de residência, nos jardins ao lado da igreja que existe há anos naquele lugar, pois as autoridades, apesar do grande fluxo de fies no lugar, nada fizeram para impedir a evolução da marginalidade no local.