REPRESENTANTES POLÍTICOS DA REGIÃO, DIVIDIDOS NAS ELEIÇÕES DA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA (1) EM BRASÍLIA
O fim do recesso parlamentar no Congresso Nacional não terá o costumeiro marasmo de início de trabalhos em Brasília.
Pelo contrário, a capital federal vive dias de expectativa e efervescência antes das eleições que definirá os próximos presidentes da Câmara Federal e do Senado, que acontecem nessa segunda-feira (1º). Ao todo, nove e cinco candidatos em cada Casa, respectivamente. Enquanto no Senado a vitória de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) seja dada como certa, no Legislativo vizinho a disputa polarizada entre Artur Lira (PP-AL) – apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – e Baleia Rossi (MDB-SP) – com o crivo do atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) – promete fortes emoções até o final. O Rio de Janeiro tem a terceira maior bancada entre os deputados, com 46 representantes, e a divisão também é evidente entre os representantes do Norte Fluminense.
Com a eleição de Wladimir Garotinho (PSD) para prefeito de Campos e a derrota nas urnas na campanha ao Executivo do Rio de Janeiro, a deputada Clarissa Garotinho (Pros) já declarou publicamente que pretende voltar seu mandato à região. Ela é uma das parlamentares que puxa votos publicamente a Lira nas redes sociais. Para Clarissa, a gestão de Rodrigo Maia deu preferência a um pequeno grupo dentro da Câmara.
— Voto em Arthur Lira para presidente da Câmara dos Deputados. Parlamento independente não significa parlamento em desarmonia com o governo. O Brasil já vive crises muito profundas para apostarem ainda mais na instabilidade.
A gestão de Rodrigo Maia foi personalista e deu voz a um pequeno grupo de parlamentares. A consequência disso é que o candidato dele só deverá ter no máximo um terço dos votos da bancada do nosso Estado. Além disso, as pautas importantes para o Rio não avançaram na gestão Maia. Pela primeira vez tivemos um presidente com histórico no Rio, um governador eleito pelo mesmo grupo político e um presidente da Câmara também do nosso estado. Era o momento do Rio bombar. Mas isso não aconteceu porque a desarmonia foi completa. Essa perda é irreparável — disse Clarissa.
Natural de Campos, mas com base política em Niterói, Chico D’Ângelo (PDT), por outro lado, declarou voto em Baleia Rossi e criticou o que chamou de tentativa do governo fazer um “puxadinho” no Legislativo.
— O meu voto para presidente da Câmara será no Baleia Rossi. Os critérios são vários. O principal é preservar a democracia, que precisa da independência dos poderes Legislativo e Executivo. A Câmara dos Deputados não pode ser uma extensão do Palácio do Planalto. O Brasil está à deriva numa grave crise sanitária e econômica com um presidente medíocre, despreparado e desqualificado. Nesses momentos, o papel do Parlamento é fundamental em todos os países. As iniciativas econômicas e sociais que minimizaram o sofrimento do povo em 2020 foram iniciativas da Camara dos Deputados, como o auxílio emergencial. O fato de Lira ser o candidato de Bolsonaro também é outro critério na escolha de votar em Baleia — declarou o pedetista, que completou avaliando como boa a gestão de Rodrigo Maia:
— Rodrigo Maia, que foi eleitor do Bolsonaro, vem cumprindo um papel importante na defesa da democracia. Temos posições distintas em vários assuntos, principalmente na visão econômica. Acho que deveria ter aberto um dos vários pedidos de impeachment de Bolsonaro. Apesar disso, ele está tendo um papel importante na defesa da democracia.
Placar incerto depois de encontros
Antes da eleição, os bastidores se movimentam com acordos e promessas em busca do apoio dos partidos. No entanto, com a votação secreta, o fator “traição” será fundamental para eleger o próximo presidente da Câmara. O que fica evidente na avaliação das duas principais candidaturas sobre quantos votos receberão dentro da bancada fluminense.
Em 20 de janeiro, Artur Lira esteve pessoalmente no Rio de Janeiro, onde encontrou com 22 dos 46 deputados do Rio de Janeiro e que declararam apoio ao candidato do PP. O grupo se reuniu com o governador em exercício Cláudio Castro (PSC), que também demonstrou caminhar com o alagoano, assim como o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT).
Após o encontro, Clarissa Garotinho declarou que a expectativa é que aproximadamente dois terços dos parlamentares fluminenses votem em Artur Lira, o que foi contestado pelo outro lado.
Por outro lado, uma semana depois, foi a vez de Rodrigo Maia, principal padrinho político de Baleia Rossi, ter uma reunião com a bancada de seu estado, juntamente com o prefeito da capital, Eduardo Paes (DEM).
“Foi um café da manhã promovido pelo Eduardo, tivemos a presença de pelo menos 18 deputados. Nossa expectativa é, tirando os votos do Psol e do Novo, que são seis (os partidos terão candidatos próprios), são 40 deputados que votarão em um ou no outro. A expectativa é que a gente tenha metade dos votos”, afirmou o Maia.
Folha 1
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