Campos: uma cidade entre os seus milhares de buracos

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A direção de um veículo já é um exercício de atenção. A presença frequente de buracos gera um perigo ainda maior e pode resultar em acidentes e prejuízos nas ruas de Campos. Não há bairro que esteja livre dessa situação. Muito menos motorista que não reclame. O problema será herdado por Wladimir Garotinho (PSD), que assumirá o cargo de prefeito no início do ano que vem. No pacote, uma fábrica de asfalto terminada, mas nunca usada pela atual gestão, que propõe a redução de custos na manutenção das vias. Em busca de solução, Wladimir, ainda deputado federal, foi para Brasília nesta semana e conseguiu com o senador Carlos Portinho (PSD-RJ), na última quarta (9), um recurso de R$ 5 milhões para realizar já nos primeiros meses de governo “uma grande operação tapa buracos na nossa cidade”.
O senador Carlos Portinho aposta no governo Wladimir. “E espero que Wladimir comece tapando um ‘bando’ de buracos que eu vi quando estive em Campos. E esta parceria com Wladimir só está começando”, destacou.
Já a gestão do atual prefeito, Rafael Diniz (Cidadania), informa que buscou investir em uma infraestrutura que facilitasse e barateasse o custo na solução a médio e longo prazo do problema. A Usina de Asfalto foi a aposta, e agora já está pronta — em fase de ajustes na parte de instalação elétrica.
— Este investimento foi realizado através de parceria de algumas empresas. Será um grande benefício que, além da recuperação das vias, vai representar uma economia de R$ 500 mil por mês. No que antes custava R$ 1 milhão por mês, serão gastos R$ 300 mil a 400 mil — informa o secretário de Infraestrutura, Cledson Bitencourt.
A parceria também proporciona a tímida recuperação de vias. A Prefeitura justifica que o serviço teve que ser interrompido, temporariamente, em virtude das chuvas dos últimos dias. “A previsão é que, com a usina em operação, possamos retomar o serviço de recuperação das ruas e avenidas”, concluiu o secretário.
Situação é pior nos locais mais distantes
Em determinados locais, a via parece um queijo suíço e a demanda por reparos é urgente. Em uma hora de ronda pela cidade é possível constatar que há desleixo nas ruas da planície, que ainda facilita acidentes. E se engana quem pensa que só acontece nos bairros periféricos. Nas avenidas XV de Novembro, 28 de Março na região da Pelinca, os problemas estão à vista.
Entretanto, o buraco fica literalmente mais em baixo quando se afasta da área central da cidade. Em Guarus, no cruzamento da Rua Hipólito Sardinha, que dá acesso à BR 101, são seis consecutivos. Já em Custodópolis, o tamanho do buraco é o mesmo do veículo que pode se acidentar passando por ele.
Gerente de um posto na 28 de Março, Romário Silva, de 47 anos, relata: “Eu acho uma irresponsabilidade essa quantidade de buracos na cidade. Eu já perdi um pneu do meu carro, perto de casa, no Parque Rio Branco, em Guarus”.
Para o gerente do posto, “a culpa é do prefeito, mas também dos vereadores que acabam nos confiscando ainda mais, criando impostos e tarifas. Esses impostos muito altos dificultam a aquisição de peças de automóveis que são danificadas nos buracos que nem deveriam existir pela cidade”.
Romário ainda conta que, vez ou outra, ciclistas acabam também sendo vítimas do buraco em frente ao seu local de trabalho, na 28 de Março. Ele classifica os buracos como “uma evidência da falta de respeito do poder público com os cidadãos”.
 
ÍCARO ABREU BARBOSA 
Folha 1
RANOTÍCIAS

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