Ação na Justiça Eleitoral pede impugnação de sete vereadores eleitos em Campos
Uma ação que corre na Justiça Eleitoral pede a impugnação de sete vereadores eleitos por suspeitas de candidaturas “fantasmas” e não cumprimento do mínimo de candidaturas femininas. O processo envolveria o DEM, PSL, Avante e PSC. Na tribuna da Câmara Municipal, o vereador Jorginho Virgílio (DC) disse que ele e seu advogado, Willian Machado, protocolaram um pedido para o impedimento da diplomação destes parlamentares.
Os vereadores eleitos dos partidos foram Dr. Abdu Neme (Avante); Maicon Cruz e Pastor Marcos Elias (PSC); Rogério Matoso e Marcione da Farmácia (DEM); e Bruno Vianna e Nildo Cardoso (PSL).
Entre as candidaturas do PSL, as sete menos votadas são mulheres, sendo que duas não receberam nenhum. Já no PSC, as nove candidaturas com menor votação são do sexo feminino, sendo duas com menos de oito votos.
No Avante, três candidaturas tiveram menos de dez votos nas urnas, enquanto o problema do DEM seria o não cumprimento do mínimo de 30% de mulheres postulantes ao Legislativo.
Além disso, também haveria indícios candidaturas do PSL, PSC e Avante sem nenhuma movimentação financeira na prestação de contas e sem engajamento nas redes sociais.
O processo corre em segredo de Justiça e não há maiores informações. Caso a Justiça anule as candidaturas dos quatro partidos, um novo cálculo teria de ser feito, mudando completamente a composição da Câmara.
O que dizem os partidos citados
Presidente do diretório municipal e um dos vereadores eleitos pelo PSL, Nildo Cardoso negou qualquer irregularidade e disse que o partido fez a sua parte durante o processo de auxílio jurídico e contábil. “Tudo que foi encaminhado ao PSL, o nosso partido tem prazo até essa quarta-feira (9) para responder todos os questionamentos. Sobre as candidatas, respondo como presidente do partido, o PSL lançou 12 mulheres, dentro da cota exigida pela legislação. Elas foram registradas, abriram contas e, a partir daí, a responsabilidade corre por conta da candidata. Os recursos, depósitos feitos, material de campanha, alguns feitos pela coligação, na qual elas têm que prestar contas. A coligação disponibilizou advogado e contador. Tudo isso foi feito por nós, enquanto coligação e presidente do partido, mesmo concorrendo tanto quanto todos”, disse Nildo, que completou:
“Eu herdei essas candidaturas, com a nominata já pronta, pelo saudoso Gil Vianna, tanto os 26 homens quanto as 12 mulheres. E todos permaneceram até o dia da eleição. Agora tem a prestação de contas até o dia 15. Acho que a democracia é isso: o direito de reclamar, de reivindicar e nós, de mostrar a verdade”.
Marcelo Mérida, que preside o PSC em Campos, declarou “segundo informação do nosso jurídico, não há nenhum apontamento contra o PSC. O PSC Campos segue o princípio da legalidade, e aproveita para resaltar o empenho e participação das mulheres candidatas no pleito de 2020 pelo PSC”.
A equipe de reportagem não obteve retorno ainda da direção do Avante e do DEM.
FOLHA 1
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