Sinais de reação no setor do óleo e gás na região e Macaé já tem superação em empregabilidade
O mercado de petróleo e gás já começa a sinalizar recuperação para 2021. Depois do tsunami da Lava Jato que desidratou um conjunto considerável de empresas gerando uma onda de demissões no setor, Macaé voltou a contabilizar saldo positivo na geração de postos de trabalho, boa parte de vagas para empregos na Bacia de Campos.
Em outubro, o município registrou 3.469 contratações de trabalhadores formais contra 2.420 demissões, um saldo positivo de 1.049 vagas de emprego.
Foto: Docsity
O cenário sinalizador de que a indústria do petróleo e gás voltou a contratar após a onda de demissões nos últimos anos pode ser constatado através da movimentação de prestadoras de serviços no setor de offshore.
São empresas nos segmentos de perfuração, produção e lançamento, além de manutenção e serviços que tem anunciado em seus sites de recrutamento novas vagas de emprego em regime onshore e offshore para profissionais que atuam no segmento. As ofertas de emprego incluem as funções de técnico de planejamento, analista financeiro, soldador, eletricista de manutenção, inspetor de solda e escalador, técnico mecânico, especialista de campo e técnico em segurança do trabalho.
Em Macaé, nos próximos cinco anos, há previsão de implantação de oito usinas termelétricas que produzirão energia através do gás natural processado em Cabiúnas com a previsão de geração de milhares de empregos. Uma delas através de um consórcio que tem a Shell como uma das investidoras.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Leonardo Abreu, que tem negócios em Macaé, admite. “Há sinais de recuperação, não na velocidade que gostaríamos, de modo a atingir os resultados de antes da crise. Este aquecimento tem resultado inclusive na especulação imobiliária. Hoje aumentou a dificuldade para se conseguir um ponto comercial em Macaé”, constata.
No Açu, duas unidades já em construção:
Foto: FZ
A geografia dos investimentos no setor de petróleo e gás na região inclui obrigatoriamente São João da Barra, onde duas destas usinas termelétricas já estão em fase de construção no Porto do Açu, onde serão gerados 3 mil empregos.
A reboque, novos investimentos se sucedem no quinto distrito. A companhia NOV, líder mundial em fabricação e venda de equipamentos e componentes utilizados em operações de perfuração e produção de petróleo e gás, além de prestação de serviços offshore e onshore, acaba de preencher dezenas de vagas de emprego no Açu. As oportunidades abrangem as funções de técnico eletrotécnico, jovem aprendiz e supervisor.
A diretora de Petróleo, Gás e Biocombustíveis no Ministério nas Minas e Energia, Heloísa Esteves, destacou a necessidade de gerar empregos locais nas termelétricas. “O Rio responderá até o final do decênio por quase 50% da oferta potencial de gás do país. Nossa orientação é sempre incentivar mão de obra local, fomentando a economia local”, disse.
PAULO RENATO PORTO
FOLHA 1
RANOTÍCIAS