CRISE NA SAÚDE DE CAMPOS: Simec informa que FMS reabastecerá medicamentos e insumos do HFM

Rodrigo Silveira
O Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) informou, na tarde desta quinta-feira (3), que a Fundação Municipal de Saúde se comprometeu com o reabastecimento de medicamentos e materiais para o Hospital Ferreira Machado (HFM), que enfrenta uma grave crise de falta de insumos, remédios e equipamentos de proteção individual (EPIs). Na última segunda-feira (30), a direção da unidade hospitalar enviou ofício à FMS, à secretaria municipal de Saúde e ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) denunciando a falta dos produtos, que tem motivado suspensão de cirurgias de urgência e emergência. Devido aos fatos, o Cremerj vai entrar com ação judicial contra a Prefeitura de Campos, e a promotora Anik Rebello Assed Machado, da Tutela Coletiva da Infância e Juventude de Campos, deu o prazo de 72 horas, contados desde a tarde dessa terça (2), para o poder público sanar as irregularidades na UTI Pediátrica do HFM.
Em nota, o Simec informou que, em resposta ao ofício enviado nessa quarta à FMS, por meio do presidente Alexandro de Oliveira Alves, esclareceu quais providências serão tomadas para normalizar o abastecimento de medicamentos e insumos.
— O presidente da FMS enviou ao Simec duas listas contendo mais de 250 itens, entre materiais e medicamentos que, segundo ele, estarão disponíveis para utilização no HFM entre hoje (3) e amanhã (4). Ainda de acordo com a FMS, o carregamento que está a caminho seria capaz de suprir as necessidades apresentadas no início desta semana e que, em razão da crescente demanda resultante do atual cenário, materiais e insumos estarão sendo repostos regularmente no estoque da unidade hospitalar — diz a nota do Simec.
O sindicato, também por meio do ofício, “requereu ainda acesso constante ao relatório demonstrativo relativo às remessas homologadas, empenhadas, solicitadas e recebidas pelo município, bem como a obtenção das informações referentes à distribuição dos fármacos e materiais nas unidades hospitalares”. “O Simec, exercendo seu papel na defesa da atividade médica e da medicina de qualidade, seguirá acompanhando o andamento das providências apresentadas”, assegurou a entidade.
Em nota, a Prefeitura informou que “a FMS segue atuando intensamente para garantir insumos para as unidades hospitalares. Devido à alta demanda, a FMS vem atuando com reposição quase que diariamente. Cabe destacar que itens já foram repostos e fornecedores já se comprometeram em regularizar o estoque até o final de semana”.
Cremerj — Nessa quarta-feira, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro informou vai entrar com ação judicial contra a Prefeitura de Campos em razão da grave situação enfrentada pelo Hospital Ferreira Machado (HFM). Segundo o órgão, o HFM foi fiscalizado duas vezes este ano, e os relatórios foram enviados ao Ministério Público para que medidas fossem tomadas. Na última semana, representantes da delegacia do Cremerj em Campos estiveram na unidade para uma visita técnica, após o recebimento de um ofício anterior sobre a situação.
— Quando chegamos ao hospital, identificamos uma situação ainda pior, com falta de materiais básicos como luvas. Trata-se de um panorama complicado, que não é de hoje, e se agravou. Sem contar o aumento de casos da Covid-19 em Campos, que é outro problema crítico, ocasionando, inclusive, falta de leitos de CTI — disse o delegado do Cremerj em Campos, Rogério Bicalho.
Notificação pelo MP — Também na quarta, a promotora Anik Rebello Assed Machado deu 72 horas para a Prefeitura sanar as irregularidades referentes à falta de insumos e medicamentos na UTI Pediátrica do HFM. Em caso de descumprimento, a pena será a responsabilização pessoal dos gestores públicos que, por omissão, causarem danos à integridade física e saúde das crianças internadas no local.
Após ser informada pela imprensa da situação no HFM, a promotora solicitou ao Conselho Tutelar que houvesse diligência na unidade em caráter de urgência. O órgão também constatou uma série de problemas gravíssimos na ala pediátrica.
— Recebemos a demanda do MP e fomos até o Ferreira Machado. E a situação é muito pior do que era imaginado. Falta tudo, das coisas mais básicas como EPIs e gazes, até medicamentos complexos. Constatamos o caso de uma criança de apenas 3 meses que tem uma doença rara e precisa tomar uma ampola de uma medicação a cada 24 horas, só que os médicos relataram que só existe mais uma. Se acabar, essa criança corre risco de morte. A situação é realmente dramática — contou a conselheira tutelar Geovana Almeida.
A promotora Anik encaminhou ofícios à secretaria municipal de Saúde, à Fundação Municipal de Saúde (FMS) e ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) requisitando esclarecimentos sobre a situação. O prazo fixado para respostas é de cinco dias.
 
Folha 1
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