Bombeiros ainda trabalham no rescaldo quase 24 horas após incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso
Fumaça ainda é vista no local; PF instaurou inquérito para apurar causas.
Bombeiros passaram toda a noite e madrugada no trabalho de rescaldoAline Cavalcante / Agência O Dia
Quase 24 horas após o incêndio que atingiu o Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, os bombeiros ainda atuam no trabalho de rescaldo na manhã desta quarta-feira. A fumaça do local ainda pode ser vista por moradores de vários bairros.
No pátio do hospital, foram montadas tendas para facilitar o trabalho das equipes. O fogo começou no subsolo da unidade de saúde, onde está localizado o almoxarifado, na manhã desta terça-feira. A causa do incêndio ainda é desconhecida. A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar as causas.
Até o momento, três pacientes que estavam internados em estado grave, não resistiram e morreram.
Também faleceram uma senhora de 83 anos, ainda não identificada, que estava internada com covid-19 e em estado grave no CTI coronariano. Mais cedo, Núbia da Silva Rodrigues, 42 anos, também paciente da doença, morreu durante o processo de transferência para outro hospital. O estado dela era gravíssimo.
A assessoria do Hospital Federal de Bom Sucesso, informou que toda as instalções do prédio serão evacuadas com os pacientes transferidos para outras unidades do estado do Rio, de acordo com a disponibilidade que será apontada pela Central de Regulação do Município. Ao todo, 289 pacientes estavam internados na unidade, 143 já foram transferidos e outros 144 ainda serão levados para outros hospitais.
Segundo a assessoria, a recomendação para a transferência de todos os pacientes partiu do Corpo de Bombeiros, por conta do volume de fumaça, cheiro forte e da combustão ainda não controlada. Outra questão, é que o subsolo, onde o incêndio começou, é interligado aos outros seis prédios, podendo apresentar riscos aos pacientes.
Wesley Pinheiro conta que os dois incêndios começaram no subsolo onde, em estruturas prediais mais antigas, estão localizados geradores de energia e almoxarifados, uma combinação muito volátil quando não há a devida proteção. Apesar do alarme referente às chamas, o treinador de brigadas de incêndio alerta para o principal perigo: a fumaça.
“Quando a fumaça sai da cobertura de um prédio, o calor não atinge os andares inferiores, mas, de baixo para cima, tem tudo para dar errado porque ela sobe com velocidade, elimina a fissão, causa queimaduras. Pelas estatísticas NSTA, órgão dos Estados Unidos, 80% da causa de morte de pessoas em incêndios é a fumaça”, destaca.