Apontado como chefe da milícia de Itaguaí é um dos 12 mortos em confronto com força-tarefa da Polícia Civil e da PRF

Cartaz de procurado do Cabo Benê: miliciano foi morto em confronto com policiais Foto: Reprodução

Um dos 12 mortos no confronto ocorrido entre policiais e milicianos na noite desta quinta-feira em Itaguaí, na Região Metropolitana, é o ex-PM Carlos Eduardo Benevides Gomes, conhecido como Cabo Benê. Ele foi expulso da corporação e é integrante da milicia controlada por Wellington da Silva Braga, o Ecko, um dos criminosos mais procurados do estado. Cabo Benê é apontado como o chefe do grupo paramilitar naquele município.

O tiroteio ocorreu ontem à noite em uma ação da força-tarefa da Polícia Civil, criada para combater a ação de milícias na Baixada Fluminense. Os agentes, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), interceptaram um comboio de milicianos na altura do posto da PRF da Rio-Santos, em Itaguaí. Os policiais foram atacados pelos suspeitos, que portavam fuzis, metralhadoras e pistolas.

De acordo com delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, o comboio era formado por milicianos ligados a Danilo Dias Lima, o Danilo Tandera. Eles vinham sendo monitorados há cerca de 15 dias pelo serviço de inteligência da força-tarefa, que apurou a frequente movimentação de criminosos em uma rota que liga a Zona Oeste à Baixada.

— Antes de chegar à PRF, tem um desvio. Para não passar em frente ao posto, eles desviavam por essa via secundária. Chegamos a montar quatro ou cinco operações dessas, mas só hoje aconteceu. Na hora que eles pegaram a bifurcação, nós fechamos a via secundária e eles ficaram encurralados — relata Oliveira.

O delegado conta ainda que o primeiro tiro partiu do bando, e um policial da Core foi atingido, mas foi protegido pelo colete balístico. A partir desse momento, o confronto começou. Onze homens ligados ao Tandera foram mortos no local. O 12º chegou a ser socorrido, mas também não resistiu. Ainda segundo Oliveira, nenhum suspeito fugiu.

— Eu afirmo com absoluta convicção que estamos no caminho certo —, avaliou o subsecretário sobre a atuação da força-tarefa contra a milícia.

Na ação foram apreendidos cinco fuzis, três metralhadoras foram apreendidos, além de pistolas, munição, uma granada, aparelhos de comunicação e os quatro carros que faziam parte do comboio.

Nas redes sociais, moradores relataram a ação:

“Clima tenso na Rio Santos na altura da base da PRF, em Itaguaí. Informações dão conta de que milicianos foram baleados ao confrontar os agentes”, comentou um perfil.

Ação em Nova Iguaçu

A Polícia Civil criou esta força-tarefa voltada para a Baixada Fluminense visando a garantir uma eleição livre e segura depois que dois candidatos a vereador foram assassinados na Baixada num intervalo de menos de 15 dias. Os crimes levaram a polícia a antecipar a atuação do grupo, que já vinha sendo desenhada, conforme adiantou ao EXTRA o delegado Allan Turnowski, secretário de Polícia Civil do Rio.

Ainda de acordo com o secretário, para aumentar o suporte às investigações sobre os crimes ligados a fatores políticos, foram postos em cargos estratégicos delegados com experiência na Baixada.

Na noite de quarta-feira, em operação na região conhecida como Km 32, em Nova Iguaçu, a força-tarefa foi recebida com tiros de fuzil. Foram confirmadas cinco mortes no local. Houve apreensão de cinco pistolas semi-automáticas, uma réplica de fuzil, fardas militares, colete balístico, rádio comunicador e três veículos.

A operação, realizada por policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), tinha o objetivo de verificar informações de inteligência oriundas da Subsecretaria de Inteligência (SSINT), que davam conta de uma reunião com pelo menos 40 criminosos armados no local, sendo todos ligados à milícia. Ecko e Tandera teriam estado no local.

Rafael Nascimento de Souza

EXTRA

RANOTÍCIAS

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