Sem argumento da “saideira”, com pessoas bebendo em casa, Ambev teve pior trimestre da história
Presidente da companhia, em teleconferência, atribuiu resultados a
mudança rápida de hábitos na pandemia, mas diz que a empresa
demonstrou resiliência.
O segundo trimestre foi o pior período que a Ambev enfrentou em sua história, por causa dos impactos da pandemia de covid-19, afirmou Jean Jereissati Neto, presidente da companhia, em teleconferência para analistas.
“Esse foi o pior trimestre da história da companhia. Os consumidores estão mudando os hábitos de consumo, estão demandando mais conveniência e mais entretenimento. Estão bebendo mais sozinhos em casa. Mas conseguimos mostrar resiliência e responder rápido aos desafios do mercado”, afirmou Jereissati.
A companhia fechou o segundo trimestre com queda de 51,3% no lucro atribuído aos controladores, para R$ 1,2 bilhão, resultado influenciado por perdas relacionadas à pandemia.
A receita líquida caiu 4,3%, para R$ 11,6 bilhões. Mas o destaque positivo foi o desempenho no Brasil, onde as vendas de cerveja caíram apenas 1,6%, resultado melhor que a média do mercado, segundo a companhia.
O executivo disse que as marcas premium globais, como Budweiser e Stella Artois, tiveram crescimento de dois dígitos, mas as vendas de marcas premium locais, como Original, tiveram quedas de dois dígitos, por causa do fechamento de bares e restaurantes. Ele também destacou o crescimento de duplo dígito da cerveja Brahma Duplo Malte.
“A surpresa positiva foi a resiliência das marcas da categoria core [marcas populares, como Skol, Brahma e Antarctica], que tiveram desempenho melhor do que as outras categorias”, afirmou Jereissati.
Por Cibelle Bouças, Valor
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