Governo do Rio espera desmobilizar hospitais de campanha até 12 de agosto

Hospital de Campanha de São Gonçalo foi entregue em junho e já será fechado

Hospital de Campanha de São Gonçalo foi entregue em junho e já será fechado Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

O governo do Rio espera desmobilizar todos os hospitais de campanha até o próximo dia 12, caso não haja nenhum impedimento legal. O anúncio foi feito pelo secretário estadual de Saúde, Alex Bousquet, nesta quarta-feira (29). As informações são do G1.

Dos sete hospitais prometidos pelo RJ e orçados em cerca de R$ 850 milhões, somente dois foram entregues parcialmente — Maracanã e São Gonçalo –, e R$ 256 milhões já foram pagos.

estado contratou a Organização Social (OS) Iabas para a instalação e gestão das unidades, mas atrasos e problemas de operação levaram a troca de dois secretários de Saúde — um deles, Edmar Santos, foi preso e virou réu — e ao rompimento com a OS.

Atualmente, há uma decisão judicial que impede o fechamento das unidades. O secretário disse que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) está avaliando como contornar a situação, considerando a queda do número de casos.

— Nossa argumentação será técnica. Nós tivemos um pico nas duas primeiras semanas de maio e, de lá para cá, nós temos uma curva descendente que já se mostrou confiável —, argumentou Bousquet.

— Vencidas as barreiras judiciais, nós temos uma programação de desmobilização dos hospitais. A pandemia está em processo de conhecimento. De acordo com a epidemia, continuaremos reavaliando o cenário no estado —, declarou.

Sem segunda onda

Bousquet afirmou ainda não acreditar em uma “segunda onda” de contágio. Na Região Metropolitana I e na Região Metropolitana II (capital e Grande Niterói), onde vivemos essa primeira onda com muita intensidade, não haverá uma segunda onda”.

O cronograma apresentado por Bousquet prevê, caso a decisão seja revertida, o fechamento das unidades de Caxias, Nova Iguaçu e Friburgo no dia 5. Os do Maracanã e São Gonçalo seriam fechados até o dia 12. Os equipamentos seriam reaproveitados.

— A desmobilização dos hospitais de campanha vai fazer com que distribuamos esse material — que é nosso, não é da Organização Social responsável pelo contrato — nos hospitais da nossa rede própria e nos municípios. Fortalecemos os municípios no combate à pandemia. É um legado que vamos deixar. Não teremos mais a lona visível, mas teremos um reforço na saúde dos municípios —, afirma o secretário.

Atrasos de pagamentos

O secretário comentou ainda o atraso de salário de profissionais da Organizações Sociais. Bousquet afirmou que assumiu a pasta no dia 22 com oito dos 40 contratos vencidos e que, atualmente, 38 estão pagos. Bousquet disse que estuda realizar depósitos judiciais para que os trabalhadores recebam independentemente das OSs.

— A causa não nos é indiferente. Estamos buscando a solução mais rápida. Não gostaríamos de depositar nas contas das OSs —, disse.

Erros de gestão

A promessa do governo do RJ era inaugurar sete unidades até o dia 30 de abril, mas só os hospitais do Maracanã, na Zona Norte do Rio, e de São Gonçalo, na Região Metropolitana, foram abertos, mesmo assim com muitos atrasos e com menos leitos do que o previsto.

O Iabas venceu o contrato para a construção dos hospitais de campanha do estado. O contrato com o Iabas é o maior do governo, com valor de mais de R$ 835 milhões. Desse total, a empresa recebeu R$ 256 milhões.

— Será feito um acerto de contas para determinar se o que nós pagamos foi suficiente para o que eles nos entregaram de serviços de insumos ou se foi além —, disse Bousquet.

— Estamos revendo todos os critérios para habilitação e qualificação das OSs. Atualmente não há impedimento se um dirigente está sendo investigado ou foi condenado. Vamos caminhar para isso —, emendou.

RANOTÍCIAS

 

Deixe uma resposta