Nome de mulher que teria partido de campos e desaparecido, é encontrado em “auxílio emergencial” do Governo Federal

Filha descobre nome de mãe desaparecida, em listagem de auxílio emergencial.

Rosimary Valadares

Rosimary Valadares / Divulgação

Quatro anos e meio depois do desaparecimento de Rosimary Valadares de Souza, a família, que desde então, compartilha em redes sociais a foto dela na esperança de que alguém a possa ter visto, agora está mais confiante de que terá notícias da campista. Rosimary foi vista pela última vez em fevereiro de 2016, no aeroporto de Congonhas, filmada por câmeras de segurança circulando no local e entrando em um táxi. Muito religiosa, ela havia viajado de Campos para passar uns dias em São Paulo, participando de missas e reuniões da Canção Nova. A família nunca mais teve notícias dela. Semana passada, sua filha, Mylena de Souza Rosado, descobriu que uma conta social digital para recebimento do auxílio emergencial do governo federal foi aberta com o CPF da mãe, sem nenhum saque, mas com um pagamento de boleto no último dia 17.

Em 2016, logo depois que o desaparecimento foi registrado na Polícia Civil de São Paulo, os documentos que a mulher (à época com 45 anos) carregava foram achados dentro de uma sacola plástica, em uma lixeira da estação de trem de Ferraz Vasconcelos, a cerca de 60 quilômetros do aeroporto de Congonhas.
Rosimary Valadares
Rosimary Valadares / Divulgação

— Sabemos que está havendo muita fraude no auxílio emergencial, mas a gente, que nunca perdeu a esperança, agora acredita que pode mobilizar mais pessoas nas redes sociais, conseguir mais compartilhamentos da foto da minha mãe e, quem sabe, receber uma boa notícia. Minha mãe sofria de transtorno bipolar, mas na época que viajou, tínhamos voltado de Grussaí (SJB), onde havíamos passado o carnaval, e ela estava bem. Ela foi vista na rodoviária do Rio e em São Paulo. Eu nunca perdi a esperança e, quem sabe, agora, a gente receba uma boa notícia — declarou a jovem de 19 anos.

Mylena disse que a conta digital foi utilizada para o pagamento de um curso profissionalizante em Sorocaba na última sexta-feira (17). A família informou a situação no mesmo dia ao Ministério Público de São Paulo e está na expectativa de uma resposta. Não houve contato ainda, segundo a jovem, com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa(DHPP), da Polícia Civil paulista, onde o desaparecimento de Rosimary foi registrado e é investigado.
— Um amigo da família é que chamou nossa atenção para a possibilidade da minha mãe ter recorrido ao benefício. Mesmo em meio a tantos golpes para obtenção do benefício por conta do coronavírus, eu penso que, se não há corpo, há chance de vida. Espero que a polícia investigue e que achem a minha mãe — declarou Mylena.
VERÔNICA NASCIMENTO
Folha 1
RANOTÍCIAS

Deixe uma resposta