Vem aí o resultado da apuração do escandaloso sumiço milionário do dinheiro da previdência da prefeitura de Campos no Governo Rosinha

Iniciada ainda em 2019, a CPI do Previcampos terá o relatório final lido no plenário virtual da Câmara durante a sessão da próxima terça-feira (4). Durante a última semana, o presidente do Legislativo, Fred Machado (Cidadania), e o vereador Ivan Machado (PDT) – entrevistados do programa Folha no Ar, na rádio Folha FM 98,3 – disseram que os resultados são “escabrosos”. Os dois também concordaram que o ponto mais importante é recuperar os quase R$ 500 milhões que “sumiram” durante o governo da ex-prefeita Rosinha Garotinho. Outro vereador, Igor Pereira (SD), também participou do programa e analisou o cenário eleitoral do município.

— O relatório é muito bem embasado pela equipe que participou dessa CPI. O que tenho a dizer que as partes escabrosas, são detalhes que a gente não tinha aquilo esmiuçado como está na CPI. Temos uma geral de tudo que está acontecendo hoje em dia na nossa cidade. Já tivemos CPI da Fundecam, que trouxe resultados e todos os órgãos de fiscalização foram informados. Sempre digo que temos que buscar recuperar esse recurso, que está fazendo uma falta imensa. Quantos RPAs estão sofrendo todos os meses. São R$ 14 milhões que o governo repassa todos os meses para o Previcampos que daria para pagar em dia os RPAs. Uma coisa leva a outra. Todos os candidatos a prefeito têm que começar a pensar na situação desses aposentados e pensionistas porque é complicado e precisamos de união para buscar solução — disse Fred Machado, que completou:

— Essas dificuldades não foram criadas pelo governo do Rafael. Foram criadas anteriormente. E a Prefeitura vem complementando com recursos próprios porque senão já teria parado de receber há mais tempo. É uma situação temerária a todos os aposentados e pensionistas.

O pedetista também ressaltou que é necessário esclarecer todas as dúvidas que ficaram da gestão do Previcampos.

— O que se ouve falar são coisas escabrosas, altamente prejudiciais à Previcampos. Não quero emitir uma opinião sem ter conhecimento do conteúdo, mas acho que, de certa forma, vai ficar esclarecido para onde foi esse dinheiro. Nas minhas contas, bem genéricas, é quase R$ 500 milhões que sumiram das contas da Previcampos da metade até o final do ano de 2016, como se ficou sabendo. O relatório vai ser lido e tudo vai vir à tona. Tem que ver como recupera esse recurso porque ele é do povo — declarou Ivan.

Na entrevista ao Folha no Ar na sexta-feira, Fred Machado reafirmou que não há nenhuma possibilidade de caminhar com qualquer outra pré-candidatura ao Executivo que não seja do atual prefeito Rafael Diniz (Cidadania).

— Eu tenho uma ligação com o prefeito, mas cada um tem seu caminho. Meu caminho não poderia ser diferente pela gratidão que tenho ao prefeito pelas coisas que sempre pude pleitear e participar com ele da última legislatura. Hoje, vejo que temos que estar focados em trabalhar pela população. Eu não parei de trabalhar em quatro anos. Meu trabalho já vem desse tempo e continua. Eu não tenho outra opção a não ser Rafael. Seria uma grande ingratidão da minha parte se não estivesse.

Irmão da prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PP), Fred também avaliou que a situação para uma eventual reeleição seria mais fácil do que em Campos. “Sei da versatilidade dela para lidar com os problemas. Ela está tendo também queda de receita, montou um grupo muito bom e tem feito um trabalho muito bom em São João da Barra, assim como fez nos outros mandatos. Acredito que Carla vai ter sucesso na caminhada (…). Acho que em Campos sempre temos dificuldade maior por causa da diversificação de resultados. Em SJB acaba polarizando em dois candidatos, talvez três, mas não vejo ainda aquele pré-candidato que pode… Toda política é árdua, mas pelo trabalho da minha irmã, se torna bem mais fácil do que aqui de Campos”.

Dentista de formação, o vereador e pré-candidato à reeleição Ivan Machado falou, na quinta-feira, que ainda espera uma conciliação entre o pré-candidato a prefeito Caio Vianna (PDT) e o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD). Os dois ensaiaram caminhar juntos para o pleito municipal deste ano, mas romperam relações e Bacellar formou um novo grupo e pretende lançar outro nome para disputar o Executivo campista, embora não tenha um nome definido.

— Houve uma aproximação entre os grupos de Rodrigo Bacellar e do Caio Vianna, eu nem estava lá ainda. Eu acredito no diálogo na política. O grupo do Rodrigo, onde estão pessoas como os vereadores Igor Pereira (SD), Marcelo Perfil (DEM), Joilza Rangel (DEM). Eu acredito em uma reaproximação deles na convenção dos partidos para que todos marchemos juntos na pré-candidatura de Caio Vianna. O (ex-juiz) Pedro Henrique (SD) teve aquele flash (como pré-candidato a prefeito), que se apagou, a doutora Cândida Barcelos (DEM) também.

Oficialmente, Igor Pereira é pré-candidato à reeleição na Câmara Municipal, mas, na última quarta-feira, o próprio nome do vereador foi levantado como possível pré-candidato ao Executivo nas redes sociais. Sem negar e sem confirmar, o parlamentar agradeceu a lembrança e falou que há indefinições entre possíveis concorrentes.

— Confesso que não discutimos ainda com Rodrigo sobre quem serão os nomes ou os pré-candidatos, mas fico feliz por meu nome estar sendo lembrado — disse o vereador.

Os três nomes mais fortes do grupo de Bacellar para uma eventual candidatura seriam do juiz aposentado Pedro Henrique Alves (SD), da ginecologista Cândida Barcelos (DEM) e do ex-deputado estadual Pastor Éber Silva (DEM). No entanto, nos bastidores, se fala que os recentes escândalos envolvendo o governador – e ex-juiz federal – Wilson Witzel (PSC) teriam esfriado a possibilidade de se lançar um magistrado nas urnas. Além disso, também se fala de um possível declínio de Cândida, o que colocaria o nome de Igor Pereira em evidência no grupo.