TRF-3 decreta prisão preventiva de juiz federal e secretário por propinas
O Tribunal Regional Federal também determinou o sequestro de bens
dos investigados.
A ofensiva da PF foi autorizada pela desembargadora Terezinha Cazerta, relatora do caso no TRF-3. Na ocasião, além das prisões temporárias de Safi e Divannir, a corporação cumpriu mais quatro ordens de prisão e 20 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Mairiporã (SP) e Brasília. A Polícia Federal também indicou que o TRF-3 determinou o sequestro de bens dos investigados.
A investigação que apura crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, concussão e peculato teve início em março, com base em denúncia apresentada à Polícia Federal.
Em uma das ações judiciais investigadas, sobre um processo de desapropriação de imóveis rurais pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que se arrasta há décadas, a organização criminosa teria solicitado vantagens indevidas para expedir um precatório no valor de R$ 700 milhões.
Os investigadores estão mapeando processos dessa natureza. De acordo com fontes ligadas à investigação, as apurações preliminares se debruçam sobre cerca de outros 20 casos similares de corrupção por meio da cobrança de altas propinas de credores de precatórios milionários.
A referência feita por suposto intermediário de esquema de venda de decisões judiciais em São Paulo ao juiz Leonardo Safi de Melo acabou servindo de inspiração para o nome da operação deflagrada no último dia 30.
No entanto, segundo fontes ligadas à investigação, não foram identificadas apenas referências ao juiz ao longo das apurações. Em uma ação controlada da Polícia Federal, que simulou reunião para negociação de propina, Leonardo Safi de Melo teria estabelecido uma data para o pagamento de primeira parcela da vantagem indevida.