Justiça do Rio vota hoje habeas corpus que pode anular prisão de Queiroz
Para advogado criminal, decisão correta é o indeferimento do pedido
da defesa de Flávio Bolsonaro.
“A estratégia da defesa tem como base o fato de que Flávio Bolsonaro, à época dos supostos crimes praticados, era deputado estadual, cabendo, portanto, que o caso seja analisado pelo Órgão Especial de Tribunal de Justiça, onde os parlamentares fluminenses têm foro”, explica Wallace Martins, advogado criminal, palestrante e presidente da Comissão de Direito Penal Econômico da Anacrim (Associação Nacional da Advocacia Criminal). No entanto, para o especialista, como Flávio não é mais deputado estadual, não tem sentido ele ter foro por prerrogativa de função. “Na minha avaliação, a decisão mais acertada neste caso é o indeferimento do pedido de habeas corpus feito pela defesa. O próprio Supremo Tribunal Federal entende que agora ex-deputados federais e ex-senadores que não têm mais cargo como tal não têm foro por prerrogativa de função no Supremo”, ressalta Martins.
O advogado lembra ainda que, se o habeas corpus for aprovado, a liberação de Queiroz poderá colocar em jogo a investigação dos supostos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato (subtração ou desvio de dinheiro público). “Sem contar que a esposa de Queiroz continua foragida. São elos que não podem ser perdidos”, diz.