Um por do sol e uma canção. Assim familiares e amigos se despediram de Osvaldo Américo Ribeiro de Freitas, o Dom Américo. O corpo do cantor foi sepultado no final da tarde desta segunda-feira (25), no cemitério Campo da Paz. Ele morreu, aos 69 anos, nesta segunda-feira, no Hospital Geral de Guarus, onde estava internado desde de março, após ter sentido intensa falta de ar. Dom Américo, que completou, em 2020, 51 anos de carreira musical, deixou quatro filhos e três netos.
“Venha como um arco-íris, me cobrir depois da tempestade. No girar de um carrossel de um parque, no embarque, na garupa de qualquer saudade. Venha linda como a claridade de um sol brotando no canteiro parecendo a própria flor da idade”, cantaram os presentes em homenagem a Dom Américo a canção que marcou sua carreira.
Emocionado e com a voz embargada, o filho e cantor Apollo falou com a Folha. “Ele deixa todo esse legado como artista, pai e avô. Ele era iluminado e soube nos preparar neste momento. A gente tem certeza que ele está em um lugar muito melhor, nos braços de Deus. Papai do céu achou que era melhor para ele neste momento. Eu gostaria muito que fosse uma despedida a modo de Dom Américo, com alegria, que foi o que ele passou para todos nós todo esse tempo. Essa alegria que ele tinha no palco e dentro de casa. Mas não foi possível. De toda forma, agradeço a todos que o acompanharam por 51 anos de vida musical e 69 de vida. Obrigado por todas as mensagens. Obrigado a todos os fãs por tudo o que vocês representam, todo o carinho que destinaram ao meu pai”.
Dom Américo estava internado desde a madrugada de 2 de março no Hospital Geral de Guarus (HGG), em Campos, após ter sentido intensa falta de ar, e, desde então, seu quadro era grave. Osvaldão, como também era conhecido, sofria de diabetes e hipertensão. Recentemente, emagreceu consideravelmente devido a tratamento com hemodiálise. Ele teve falência múltipla dos órgãos por volta das 11h. De acordo com o blog Ponto de Vista, há suspeita de que Osvaldão tenha contraído Covid-19. Um teste foi realizado, mas o resultado ainda não saiu.
Carreira – Com a façanha de transitar por todos os estilos musicais, Dom Américo, natural de Campos, conseguiu se transformar em um artista múltiplo, cantando e tocando em eventos de formatos bem diferentes, com a medida certa para cada um. No repertório histórico, destaque para a canção “Butterfly”, grande sucesso de sua carreira, iniciada em 1967.
Segundo o Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira (MPB), do Instituto Cultural Cravo Albim, Dom Américo lançou em 1990, pela Polygram, o LP “Luminosidade”. Em 1992, pelo selo Tropical/Polygram, foi a vez do LP “Universo”. Quatro anos mais tarde, pela BMG Brasil, veio CD “Salsa Brasil”. Em 2001, participou do CD “Swing Bahia”, lançado pelo artista Gil Paixão pela gravadora Paulitura, interpretando a música “Nas Ondas Do Desejo (Nunca Me Esqueça)”, de Marrom. Em 2018, comemorando 51 anos de carreira apresentou-se em show beneficente no Asilo Monsenhor Severino. Durante os dias de folia, também se apresentou nos municípios de São João da Barra e Quissamã.