BRASÍLIA – Na véspera do churrasco anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro para este sábado, no Palácio da Alvorada, convidados foram avisados do cancelamento do evento, após a repercussão negativa da iniciativa em meio à pandemia do novo coronavírus. Até a noite desta sexta, o plano era que os participantes chegassem à residência oficial do presidente no início da manhã, às 7h30m, para jogar futebol no campo que fica nos fundos do palácio.

O encontro contrariaria as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde. Bolsonaro contou na quinta-feira, quando anunciou o churrasco, que o evento deveria contar com 30 convidados, dentre eles ministros e servidores. E que os participantes teriam que aderir a uma “vaquinha” de R$ 70 para ajudar a custear o encontro. O valor foi confirmado ao GLOBO por um dos convidados.

Diante das críticas à iniciativa – que foi apelidada de “churrasco da morte” nas redes sociais, por estar marcado para o dia em que o Brasil deve chegar a um total de 10 mil mortes em decorrência da Covid-19 -, aliados próximos do presidente passaram a atuar nos bastidores para colocar em xeque a existência do evento, que teria sido uma “provocação” de Bolsonaro. Na manhã deste sábado, a reportagem viu o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, entrar no Alvorada em sua moto e sair cerca de 50 minutos depois.

Pouco depois das 11h deste sábado, Bolsonaro publicou um trecho do vídeo no Facebook e escreveu que o churrasco que ele mesmo anunciou publicamente é “fake” (falso) e criticou a o Movimento Brasil Livre (MBL) por ter ingressado com uma ação na Justiça para tentar impedir a realização do evento. “Alguns jornalistas idiotas criticaram o churrasco FAKE, mas o MBL se superou, entrou com AÇÃO NA JUSTIÇA”, escreveu.

Por: Gustavo Maia

O Globo

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