Ex-ministro da justiça Sérgio Moro presta depoimento na Polícia Federal por mais de 8h

Inquérito investiga a acusação do ex-ministro da Justiça de que o

presidente Bolsonaro tentou interferir politicamente nas

investigações da PF.

Pouco antes de depoimento, Bolsonaro chama Moro de Judas | Poder360

Poder360

Curitiba – O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, prestou depoimento na Superintendência da Policia Federal, em Curitiba, por mais de oito horas, neste sábado. O depoimento começou por volta das 14h e terminou por volta de 22h40. Moro chegou ao local por volta das 13h50.

Ele foi ouvido no inquérito que apura as acusações feitas, durante o seu pedido de demissão do cargo de ministro, ao Presidente da Republica, Jair Bolsonaro. As acusações foram feitas após Bolsonaro exonerar Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

O inquérito foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, para investigar se as acusações são verdadeiras. Caso não sejam comprovadas, Moro pode responder na Justiça por denunciação caluniosa e crime contra a honra.
Moro conclui depoimento depois de 8 horas na PF de Curitiba ...
Revista fórum
Moro diz ter provas
Nesta sexta-feira, Moro afirmou que não vai admitir ser chamado de mentiroso e que vai apresentar à Justiça provas de que o presidente Bolsonaro tentou interferir indevidamente na Polícia Federal. A declaração foi dada em entrevista à revista Veja.
Ele aproveitou para enfatizar que reitera tudo que falou em seu pronunciamento, mas que esclarecimentos adicionais serão dados apenas quando for chamado pela Justiça. “As provas serão apresentadas em momento oportuno, quando a Justiça solicitar”, afirmou.
Moro também contou que o presidente anunciou que vai divulgar um “vídeo-bomba” contra ele, mas disse não saber o que o vídeo poderia conter.

Bolsonaro se disse tranquilo em todo o tempo

Bolsonaro tentou demonstrar que não estava preocupado com assunto. No entanto, conversou com aliados e com os filhos para avaliar eventuais impactos das revelações. Interlocutores do Planalto informaram que o maior temor é de que, ao longo dos últimos meses, Moro tenha registrado diversas conversas com o presidente, não só por mensagens de texto, mas também em áudios e vídeos.
A deputada Bia Kicis (PSL-DF) afirmou que entrou em contato com o chefe do Executivo à noite e recebeu dele a informação de que estava enfrentando a situação com tranquilidade. “Acabei de falar com o presidente Jair Bolsonaro. Ele está tranquilo. Sabe que nem em 15 meses de conversa gravada, nem que fossem 15 anos, Sergio Moro teria alguma coisa contra ele. Talvez uns palavrões, quem sabe, mas acho que isso não é crime, a não ser que o STF resolva criar um”, ironizou.
Manifestação na porta da PF

Antes da chegada do ministro, um grupo de apoiadores do presidente ficou desde as 10 horas na frente da sede da PF com palavras de ordem contra Moro e a imprensa. Uma das coordenadoras, Paula Milani, se recusou a falar com a imprensa, assim como outros militantes. “Com tantos crimes maiores, porque ele quis se voltar contra o presidente e sua família?”, gritavam do carro de som.

Moro presta depoimento à PF neste sábado | Jovem Pan
Foto: Jovem Pan

Em número infinitamente menor, apena 2 presentes, militantes a favor de Moro foram para a porta da Polícia Federal onde o ex-presidente Lula, ficou preso e bateram de frente com manifestantes pró Bolsonaro. AFP
Militantes tomavam o microfone e chamavam Moro de “Judas”, “rato”, e chegaram a falar que “a biografia do Moro deveria ser jogada na privada”, entre outros xingamentos. “Porque não investigava quem tentou matar o presidente?”, gritavam.
Com Moro já no interior da sede, cobraram sua presença. “Não teve dignidade de vir dar oi para as duas únicas pessoas que estão aqui o defendendo, pois todas outras aqui estão com o presidente”, disse uma manifestante.

Advogado

Para atuar em sua defesa, Moro contratou Rodrigo Sánchez Rios e outros três advogados. Conhecido criminalista de Curitiba, Sánchez é secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná. Ele atuou em casos da Lava-Jato em que o próprio ex-ministro da Justiça era o juiz da causa. Entre o rol de clientes do defensor no âmbito da operação está o ex-deputado Eduardo Cunha, que foi presidente da Câmara.
Sánchez também esteve à frente da defesa do empresário Marcelo Odebrecht, uma das figuras mais marcantes do caso Lava-Jato. O ex-presidente da empreiteira que leva seu sobrenome esteve profundamente envolvido no esquema de desvio de recursos da Petrobras.
CORREIO BRAZILIENSE
Por: O Dia
RANOTÍCIAS

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