Irregularidades são apontadas pelo TCE na pasta da Educação em Campos

Uma inspeção do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, com o objetivo de verificar a regularidade da contratação dos serviços de fornecimento de alimentação escolar por parte da Prefeitura de Campos, foi convertida em tomada de contas e aponta diversas irregularidades, pelas quais o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) e o ex-secretário de Educação Brand Arenari devem responder em 15 dias, com provas documentais. Do contrário, os dois, com recursos próprios, terão de devolver aos cofres do município quase R$ 7 milhões. A Procuradoria-Geral do Município informou que ainda não foi notificada e que sanará as dúvidas da Corte de contas e comprovará a regularidade dos atos.

De acordo com o relatório do conselheiro substituto Christiano Lacerda Ghuerren, “as empresas Nutriplus Alimentação e Tecnologia Ltda, Casa de Farinha S/A e Verde Mar alimentação Ltda utilizaram a frequência diária dos alunos para o cálculo do valor de suas faturas, quando deveriam ter utilizado a quantidade de refeições servidas aos alunos”. Além disso, ele destaca que as três empresas “contrataram um número inferior de merendeiras, em relação à quantidade de profissionais que foram inseridas no cálculo do custo das refeições”.
Ainda segundo o relatório — que destacou também deficiências nas instalações das cozinhas e despensas, com ingredientes armazenados em locais inadequados —, foram constatados pela auditoria pagamentos em duplicidade, por produto de qualidade superior ao entregue e superfaturamento decorrente do pagamento de benefícios não disponibilizados aos funcionários das empresas.
Devido à “execução parcial do contrato”, o conselheiro Christiano Lacerda Ghuerren direciona ao secretário de Educação, à época dos fatos, para que devolva ao município o valor de pouco mais de R$ 202 mil. Já com relação ao superfaturamento “decorrente do pagamento de quantitativo superior ao executado”, “do pagamento de produto de qualidade superior ao entregue” e “de benefícios não disponibilizados aos funcionários das empresas”, Brand e Rafael são citados a devolverem aos cofres públicos quase R$ 6,8 milhões.
O procurador-geral do município, José Paes Neto, ressaltou que a Prefeitura ainda não foi notificada sobre a decisão do TCE, que a Corte analisou no último dia 6. “O município não foi intimado dessa decisão. Quando isso acontecer, apresentaremos a defesa, com os devidos esclarecimentos, a fim de demonstrar a regularidade dos atos praticados pelos agentes públicos responsáveis pela fiscalização do contrato”, disse José Paes.
Educação convoca professores aprovados em processo seletivo
Atualmente, as aulas na rede municipal estão suspensas devido à pandemia do novo coronavírus. A Prefeitura de Campos está distribuindo aos seus alunos um kit alimentar. A oposição tem levantado, sobretudo nas redes sociais, polêmica com relação ao valor pago pelo pela administração municipal por cada um dos 53 mil kits que serão distribuídos a todos os alunos da rede.
Foto Capa: Prefeitura Campos
Folha 1
RANOTÍCIAS

Deixe uma resposta