Equador: sistemas de saúde e funerário entram em colapso.
Na América Latina, o número de casos confirmados da Covid-19 já passa de 20 mil e mais de 800 pessoas morreram como consequência da doença. A situação mais preocupante é a do Equador. O país registrou, até agora, 145 mortes. É o segundo país da região com mais vítimas fatais, só fica atrás do Brasil, porém, proporcionalmente, pelo seu tamanho e a diferença populacional entre os dois países, o Chile é disparado o primeiro colocado. Até o sistema funerário chileno entrou em colapso. Corpos estão sendo deixados nas ruas e urnas (caixões) sendo transportadas de qualquer maneira.
Durante cinco dias, Marcelo Ramírez, 18 anos, chorou próximo ao corpo do tio-avô, morto depois de ser infectado pelo novo coronavírus. No início da tarde de ontem, a camionete branca do Serviço Médico Legal parou diante de sua casa e, enfim, colocou o idoso em um caixão. O cadáver de Vidal Eriberto Maldonado, 92 anos, foi mantido trancado no quarto desde o falecimento, às 13h (15h em Brasília) do último domingo. O drama enfrentado por Marcelo se repete em várias residências de Guayaquil, cidade portuária de 2,6 milhões de habitantes situada no centro-sul do Equador, a 412km da capital, Quito. Com os serviços funerário e sanitário em colapso e com medo de contágio, moradores empilham os mortos nas ruas. Desde domingo, uma força-tarefa montada pelo Exército e pela polícia removeu 150 cadáveres das residências. Não há dados sobre quantas vítimas da Covid-19 estariam entre esses mortos.
Vídeos no YouTube mostram a grave e desesperadora crise vivida pelo povo equatoriano por conta do coronavírus (Covid-19).